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Southport: o aluno mais sinistro que a escola já viu — expulsaram-no por levar uma faca; seus pais chamavam-no de 'bom menino'

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Axel Rudakubana chegou à The Acorns School em Ormskirk (Lancashire) com 13 anos, depois de ter sido expulso do ensino regular por ter levado uma faca para as aulas. A diretora, Joanne Hodson, descreveu-o como o aluno mais sinistro, imprevisível e incomum que já encontrou na vida profissional. Na primeira reunião memorável, ao perguntar por que ele levou a faca, ele olhou nos olhos dela e disse: “para usá-la”. Os pais presentes não estremeceram; acreditavam que o filho era um ‘bom rapaz’ e que o mau comportamento era culpa de alguém mais. Hodson disse que, tão logo percebeu o risco, enviou um e-mail a toda a equipe alertando que Rudakubana precisava ser revistado com regularidade, pois não demonstrava emoção nem remorso e era de alto risco.

Southport: o aluno mais sinistro que a escola já viu — expulsaram-no por levar uma faca; seus pais chamavam-no de 'bom menino'

Um aluno de alto risco desde o primeiro dia

Desde a sua chegada, em outubro de 2019, o comportamento de Rudakubana já chamava a atenção: começou a pesquisar sobre tiroteios em escolas, fez declarações chocantes e ameaçou colegas e funcionários. Hodson disse ter sentido uma “visceral sense of dread” de que ele faria algo contra alguém em breve. Ele era difícil de ler, com uma energia incomum, e parecia não respeitar autoridades, colegas ou funcionários; insistia que suas próprias opiniões estavam sempre certas. A diretora lembra que ele já tinha levado facas à escola, e temia que trouxesse algo parecido para The Acorns. Hodson descreveu um tom sinistro e a sensação de que algo grave poderia acontecer a qualquer momento.

Um aluno de alto risco desde o primeiro dia

Falhas de prevenção, escalada e a tragédia

Antes do ataque, a Acorns já o encaminhara para o programa Prevent do governo. Houve três encaminhamentos: 13 de dezembro de 2019; 1 de fevereiro de 2021 (postagens sobre Muammar Gaddafi no Instagram); 22 de abril de 2021 (páginas sobre o ataque de London Bridge, IRA e o conflito Israel-Palestina). Em todos os casos, o MI5 não considerou o caso suficientemente grave para abrir uma investigação de segurança, e o monitoramento cessou. A escola afirmou que não via Rudakubana como adequado para o ambiente; mesmo após o ataque no Range High School em Formby, em 2019, não houve ação adicional de outras agências. “Fomos literalmente deixados com a responsabilidade sozinhos,” disse Hodson. Rudakubana não pôde retornar à Acorns em razão do ataque no Range, mas, com a pandemia em março de 2020, nenhuma decisão foi tomada sobre o seu futuro educacional, e ele ficou sem frequentar a escola por mais de dois anos. No dia 29 de julho do ano passado, ele atacou uma turma de dança em Southport, matando três meninas — Bebe King, 6 anos; Elsie Dot Stancombe, 7; e Alice da Silva Aguiar, 9 — e ferindo outras dez, em uma aula com tema de Taylor Swift. O ataque ocorreu após meses sem frequência escolar e em meio a uma investigação que ainda segue.

Falhas de prevenção, escalada e a tragédia