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Snake Eyes (1998) vira teoria de conspiração: o assassinato de Charles Kirkland e o fascínio atual

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Brian De Palma, hoje com 85 anos, mantém uma sensibilidade retrô que o conecta a Hitchcock. Mesmo quando cria thrillers de grande orçamento, ele busca o espírito de suas influências, o que torna seu cinema ao mesmo tempo ousado e familiar. Agora, Snake Eyes tornou-se alvo de teorias conspiratórias na era das redes sociais. Nele, Nicolas Cage interpreta um policial corrupto que investiga um assassinato ocorrido durante uma luta de boxe em Atlantic City. O crime envolve um personagem chamado Charles Kirkland. O que atrai tanto fascínio não é apenas a história, mas a forma como o filme começa: uma sequência de 13 minutos sem cortes que mergulha o espectador na arena, apresentando cenário, personagens e o estilo intenso de Cage.

Snake Eyes (1998) vira teoria de conspiração: o assassinato de Charles Kirkland e o fascínio atual

A assinatura retrô de De Palma: Hitchcock, estilo audacioso e o suspense que ainda funciona

De Palma não abandona seu traço: ele depende muito de Hitchcock, mas também empurra a câmera para frente, mesclando o passado e o presente de maneiras que só ele sabe fazer. Snake Eyes se abre com uma sequência bravamente longa, 13 minutos sem cortes, que acompanha Cage pela arena e revela o ambiente, as pessoas e o ritmo do seu desempenho. É um feito que até hoje é lembrado como um dos melhores momentos da direção dele. No período pós-Mission: Impossible, De Palma produziu filmes que funcionam em momentos de brilho e em outros de onde a narrativa escorrega. Snake Eyes, Mission to Mars e The Black Dahlia contêm sequências de alto impacto que valem assistir, mas, ao longo do tempo, deixam a sensação de que faltou disciplina — sem a mesma disciplina de Carlito’s Way, o delírio de Body Double ou Raising Cain. No documentário De Palma, ele diz que não tem certeza se pode fazer algo melhor do que Carlito’s Way. “Talvez Carrie”, ele brinca. O resultado é uma carreira que brilha em momentos e tropeça em outros, mas que ainda agrada quem ama o seu estilo. Ainda assim, amar De Palma é aprender a extrair o melhor e aceitar o resto como parte do encanto de seu cinema.

A assinatura retrô de De Palma: Hitchcock, estilo audacioso e o suspense que ainda funciona

Conspirações ao redor de Snake Eyes e o legado de De Palma

Para os teóricos da conspiração, Snake Eyes parece terreno fértil: há quem veja o assassinato de Charles Kirkland como uma premonição ou indício de algo maior — mesmo que Kirkland não seja uma figura pública nem funcionário do governo. Em 1998, outros filmes já apontavam para temas próximos: The Truman Show antecipa a vigilância em reality show; You’ve Got Mail captura a era das mensagens diretas; The Siege aborda o terrorismo para perseguir cidadãos. Em comparação, um assassinato em uma arena parece contido, mas o filme carrega uma estranheza inquietante que alguns procuram extrair. Para os teóricos da conspiração, a abertura de 13 minutos continua sendo a parte mais marcante; para teorias mais ousadas, Mission to Mars oferece hipóteses ainda mais delirantes, com Gary Sinise no elenco. “Para os teóricos da conspiração, eu não sei, parece bem banal.” Snake Eyes está disponível para streaming no Paramount+. Existem dois planos: Essential (com anúncios) por US$ 7,99/mês e Premium (sem anúncios, com Showtime e CBS) por US$ 12,99/mês. Novos assinantes podem aproveitar um período de teste de sete dias. Jesse Hassenger (@rockmarooned) é um escritor que vive no Brooklyn. Ele contribui regularmente para The A.V. Club, Polygon e The Week, além de apresentar o podcast em www.sportsalcohol.com.

Conspirações ao redor de Snake Eyes e o legado de De Palma