Sete minutos de pânico no Louvre: ladrões com colete hi‑viz invadem o museu em pleno dia e saqueiam nove peças Napoleônicas
Um dos suspeitos foi filmado usando um colete amarelo de obra, fingindo ser operário, enquanto abria uma vitrine. Em apenas sete minutos, um grupo de quatro criminosos altamente organizados roubou nove peças da coleção de Napoleão e Joséphine Bonaparte, incluindo a coroa avaliada em cerca de 100 milhões de libras. O Louvre foi colocado em lockdown e a investigação já começou – um dos golpes mais chocantes contra museus na era das câmeras de segurança.
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Como aconteceu: o golpe em tempo real
Por volta de 9h30, o grupo — formado por quatro criminosos altamente organizados — chegou aos arredores do Louvre. Máscarados, armados com rebarbadoras, eles montaram uma estrutura parecida com uma escada, estendida a partir da traseira de um caminhão, e a apoiaram na parede da galeria. Subiram ao topo da escada, usaram a rebarbadora para abrir a vitrine externa e entraram na Sala 705. Em poucos minutos, abriram duas vitrines e levaram nove peças da coleção Napoleão e Joséphine.
O que foi levado: itens da era Napoleão e Eugénie
Entre as peças estavam itens da famosa coleção de Napoleão e Joséphine. Destacam-se a coroa de Esmeralda e Diamantes da Imperatriz Eugénie (em situação recuperada depois, caída e danificada na fuga), o diadema de Eugénie, o broche com milhares de diamantes, um colar de esmeraldas, um par de brincos de esmeralda, a tiara do conjunto de Maria-Amélia e Hortense, além de peças com safiras do conjunto de Maria-Amélie e Hortense. Ao todo, oito objetos foram furtados; a coroa de Eugénie foi encontrada mais tarde, danificada.
Reação, investigação e possíveis suspeitas
Laure Beccuau, chefe do Ministério Público, chamou os criminosos de um 'strike team' que teria ameaçado guardas com as rebarbadoras. Embora os alarmes do Louvre estivessem funcionando, não está claro se tocaram durante o roubo. Cerca de 60 investigadores trabalham no caso, e há uma caçada nacional para localizar os autores, um dos quais já teve o colete hi‑viz recuperado. 'Não tenho dúvidas de que (o museu) conseguirá recuperar as peças nas próximas dias', afirmou Beccuau. Dois ladrões chegaram de scooters Yamaha Tmax, enquanto dois esperavam na traseira de um caminhão com uma escada extensível. CCTV está sendo estudado e não se pode excluir a possibilidade de estrangeiros estarem por trás do golpe. 'A gangue era experiente e evidentemente já observava o local antes da operação', comentou a polícia. Um dos mopeds foi encontrado abandonado em uma rua próxima.
Impacto e lições para museus: segurança, política e memória
Este episódio reacende o debate sobre a segurança em museus franceses, vistos como menos protegidos que bancos e virando alvos fáceis para ladrões. O roubo ocorre depois de outros casos recentes, como a invasão ao Museu de História Natural de Paris e o furto de peças de Limoges, alimentando discussões sobre vulnerabilidade estrutural. O presidente Emmanuel Macron prometeu que as obras seriam recuperadas e que os autores seriam responsabilizados. A ministra da Cultura, Rachida Dati, acompanhou as autoridades no local. O Louvre recebeu, em 2024, quase 9 milhões de visitantes, reforçando que um ataque a um ícone cultural mexe com a percepção de valor da nação. O episódio alerta para a necessidade de reforçar a proteção de patrimônio diante de ameaças cada vez mais audaciosas.