Vacas listradas e dieta de teflon: o Prêmio Ig Nobel revela a ciência que faz rir — e a FDA não aprovou
O Prêmio Ig Nobel foi criado em 1991 para premiar descobertas que, antes de tudo, provocam risos, mas também convidam a pensar. Neste ano, a cerimônia satírica chegou à sua 35ª edição. Uma das ideias mais radicais foi misturar pó de teflon na comida para induzir saciedade e, depois, eliminar o composto do organismo. Os irmãos Rotem Naftalovitch e Daniel Naftalovich imaginaram que o teflon poderia chegar a até 25% da massa de um produto. Eles até criaram barras de chocolate com adição de teflon e as ingeriram. A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) não aprovou a proposta. Ao todo, dez equipes foram premiadas neste ano pelo Ig Nobel, que distingue pesquisas que provocam risos antes de questionamentos. A cerimônia ocorreu no Boston University em 18 de setembro.
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Paz, vodka e línguas: quando o álcool ajuda a aprender idiomas
O Prêmio de Paz foi para um coletivo germano-holandês-britânico que provou que uma taça de vodca pode melhorar o conhecimento de uma língua estrangeira. O psicólogo Fritz Renner, da Universidade de Freiburg, concluiu que uma pequena dose de álcool confere mais confiança às habilidades linguísticas, mas a língua não fica atrapalhada. A premissa é humorística e não orienta consumo de álcool na prática — é uma curiosidade que nos faz lembrar como a ciência pode iluminar questões cotidianas de forma divertida.
Aviação: aves sob efeito da bebida — a pesquisa que voa alto e pousa longe
A premiação de aviação foi dada aos pesquisadores que embebedaram animais alados para observar o efeito da intoxicação. Animais bêbados ficaram mais lentos e sua ecolocalização se confundiu, como a fala de uma pessoa embriagada. Concluíram que animais que comeram frutos fermentados tendem a colidir mais com paredes e árvores do que seus pares sóbrios.
Pediatria: o sabor do leite materno, guiando a amamentação
Pediatria foi premiada aos americanos que estudaram como a dieta da mãe pode alterar o sabor do leite materno. Descobriram que as crianças costumam mamar por mais tempo quando as mães comem alho. A explicação sugerida é que o alho modifica o sabor do leite, influenciando a duração da amamentação.
Física, gastronomia, psicologia e biologia: um mosaico Ig Nobel
Na física, italianos explicaram o mecanismo de formação de grumos no prato de cacio e pepe e aperfeiçoaram a receita. Também ficou registrado que a lagartixa agam adora a pizza quattro formaggi e prefere-a a qualquer outra guloseima. Engenharia: criaram uma sapateira com uma lâmpada UV para neutralizar o odor dos sapatos. Psicologia: os pesquisadores demonstraram que dizer às pessoas que a inteligência é acima da média as leva a acreditar nisso e a exibirem com mais confiança. Biologia: Tomoki Kojima e sua equipe pintaram vacas de branco para parecerem zebras e reduzir as mordidas de moscas. Literatura: William Bine, da Universidade de Iowa, ganhou o prêmio literário postumamente por uma série de artigos sobre o crescimento de unhas das mãos e dos pés ao longo de 35 anos; seu filho Bennett aceitou a premiação em nome do pai.
