Um hábito simples está despejando 90 mil microplásticos extras em você por ano
Os micropflächen? Não, microplásticos. Um hábito cotidiano pode despejar 90 mil microplásticos extras em você por ano. Microplásticos já estão em quase tudo — na comida, na água, nas roupas e nos cosméticos — e uma nova pesquisa mostra que um costume diário pode aumentar drasticamente a sua exposição. O estudo de Concordia University analisou mais de 140 artigos científicos e concluiu que a ingestão média de microplásticos fica entre 39 mil e 52 mil partículas por ano. Quem bebe água de garrafa plástica regularmente pode ingerir cerca de 90 mil partículas a mais por ano do que quem usa água da torneira.
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O que são microplásticos e o que a pesquisa destacou
Microplásticos são partículas minúsculas que se originam de várias fontes — roupas, embalagens e cosméticos — e podem contaminar tudo o que comemos e bebemos. A pesquisa da Concordia University analisou mais de 140 artigos científicos e encontrou que, em média, as pessoas ingerem entre 39 mil e 52 mil partículas por ano. Além disso, quem consome água engarrafada regularmente poderia adicionar cerca de 90 mil partículas extras por ano, em comparação com quem consome água da torneira. A exposição ocorre quando partículas se desprendem da superfície interna de garrafas e passam para a água, especialmente quando a garrafa é apertada ou aquecida. Em 2024, a água engarrafada foi a bebida embalada líder nos EUA pelo nono ano consecutivo, com 16,2 bilhões de galões consumidos, um aumento de 2% em relação a 2023, suficiente para encher mais de 24 mil piscinas olímpicas.
Como esses micropartículos entram no corpo humano
Depois de ingeridos, esses fragmentos — muitas vezes menores que um grão de arroz — podem entrar na corrente sanguínea e se acumular em órgãos e tecidos vitais, incluindo coração, pulmões, fígado, rins, testículos e placenta. Algumas partículas são pequenas o bastante para atravessar a barreira hematoencefálica, algo considerado muito difícil de alcançar. Dentro do corpo, estudos sugerem que microplásticos podem desencadear inflamação crônica, danificar células, perturbar hormônios e desequilibrar a microbiota intestinal. Embora os efeitos de longo prazo ainda não estejam claros, pesquisas iniciais em animais e em células humanas associaram a exposição a riscos como câncer, infertilidade, doenças cardíacas e pulmonares.
O que sabemos, o que falta saber e o que pedem as pesquisas
Sajedi e a equipe pedem padronização de testes para medir níveis de microplásticos em produtos como garrafas de água de uso único, além de políticas mais fortes para reduzir a contaminação plástica na água engarrafada. Ela afirma: “A educação é a ação mais importante que podemos tomar. As pessoas precisam entender que o problema não é toxicidade aguda — é toxicidade crônica.” Em janeiro, a International Bottled Water Association respondeu às preocupações crescentes, afirmando que a água engarrafada é apenas um entre milhares de produtos embalados em plástico e que a indústria está comprometida em fornecer hidratação segura e de alta qualidade, além de apoiar pesquisas adicionais.