Turistas em choque: Maldivas impõe o primeiro banimento geracional do tabaco
As Ilhas Maldivas tornaram-se o primeiro país do mundo a impor um banimento geracional do tabaco. A partir do início deste mês, qualquer pessoa no país nascida depois de 1 de janeiro de 2007, ou que tenha 18 anos ou menos, fica impedida de comprar, usar ou fumar tabaco para sempre. O Ministério da Saúde anunciou o banimento, dizendo que 'aplica-se a todas as formas de tabaco, e os retalhistas devem verificar a idade antes da venda' e que a medida mostra 'um forte compromisso de proteger os jovens dos malefícios do tabaco'.
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O que significa o banimento geracional
A partir do início deste mês, qualquer pessoa no país nascida depois de 1 de janeiro de 2007, ou que tenha 18 anos ou menos, fica proibida de comprar, usar ou fumar tabaco em qualquer momento no futuro. O banimento aplica-se a todas as formas de tabaco. O ministério acrescentou que a medida visa cumprir o compromisso de proteger os jovens.
Impacto para residentes e turistas
Com uma população de cerca de meio milhão de habitantes, as Ilhas Maldivas já proíbem totalmente a venda de vapes e cigarros eletrônicos, e no ano passado duplicaram os impostos de importação de cigarros, levando o preço de um maço de aproximadamente 7 dólares para 16 dólares. Estima-se que cerca de 25 por cento dos adultos fumam, na maioria homens, enquanto entre os 13 e 15 anos, quase metade utiliza algum produto de tabaco. Cerca de 63 por cento também dizem que influenciadores de redes sociais fizeram o fumo parecer cool. Globalmente, cerca de 203 pessoas morrem por complicações relacionadas com o tabaco todos os anos, o que representa 12 por cento de todas as mortes. A medida também poderá afetar os turistas, com dois milhões de visitantes por ano, e os indivíduos nascidos após 2007 também não poderão comprar cigarros. A imagem acima mostra uma visão aérea da capital Malé.
Contexto internacional e antecedentes
Outras nações também tentaram introduzir banimentos geracionais de cigarros. Em 2022, a Nova Zelândia aprovou uma lei mundial que proibiria permanentemente a venda de tabaco a qualquer pessoa nascida depois de 1 de janeiro de 2009, efetivamente eliminando o tabaco para gerações futuras. A medida, que deveria entrar em vigor em 2024, foi posteriormente revogada para ajudar a financiar cortes de impostos do governo. No Reino Unido, autoridades propuseram uma proibição semelhante para quem nasceu após a mesma data, mas a legislação acabou por não passar pelo parlamento.
Penalidades, aprovação presidencial e reação pública
Na Maldivas, quem violar a proibição de fumar geracional pode ser multado em 3 200 dólares, enquanto quem utilizar um dispositivo de vape pode ser multado em 320 dólares. A proibição de fumar entrou em vigor após ter sido aprovada pelo presidente do país, Dr Mohamed Muizzu, engenheiro de formação, e abriu o caminho para a lei. A primeira-dama Sajidha Mohamed descreveu a medida como um 'passo histórico' e um 'momento de orgulho' para a nação. "Hoje, damos um passo histórico em direção a uma Maldiva sem tabaco." "Como defensora da saúde, aplaudo a liderança do Governo ao lançar a Generational Ban on Tobacco, um investimento poderoso no bem-estar das gerações futuras. Este é um passo ousado, baseado em evidências para quebrar o ciclo de dependência e prevenir doenças. Estamos a assegurar um futuro mais saudável e forte para os nossos jovens." O presidente Muizzu também declarou o par o seu apoio.
Desafios de implementação e mercado ilícito
Há indicações de que o país está a enfrentar dificuldades na implementação da proibição do tabaco e das regras relacionadas. O vice‑porta‑voz Ahmed Nazim disse no mês passado que cigarros contrabandeados e dispositivos de vaping continuam 'ampliamente disponíveis' no país. Ele também disse que eram 'vendidos abertamente através de redes sociais', e acrescentou que, no mercado negro, os vapes eram 'ainda mais baratos do que os cigarros'. O Maldives Independent relata que o número de cigarros contrabandeados que entram no país agora excede o número de cigarros legais, citando, entre outros, que 200 caixas de cigarros foram descobertas num navio-tanque e que centenas de caixas de cigarros foram desembaraçadas de um armazém alfandegário, sem autorização.