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Trump diz que 'algo bom está a acontecer' nas negociações de paz da Ucrânia e sugere que há grande progresso

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Donald Trump anunciou que 'algo de bom está a acontecer' no meio das negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia e deixou transparecer que 'grande progresso está a ser feito'. Em uma publicação no Truth Social, o Presidente dos EUA escreveu: ' Será que é realmente possível que haja grande progresso nas negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia???' 'Não acredite nisso até ver, mas algo bom pode estar a acontecer. DEUS ABENÇOE A AMÉRICA!' Isto ocorre à medida que a Ucrânia e os EUA se aproximam de um acordo sobre um plano de paz, depois de remover algumas das exigências do Kremlin no rascunho de proposta anterior que Kyiv disse serem as 'linhas vermelhas' não negociáveis. Para Kyiv, os pontos que não estão dispostos a negociar são o reconhecimento formal de territórios ocupados, limites às forças de defesa e restrições às alianças futuras da Ucrânia, disse na segunda-feira o porta-voz do parlamento do país. Essas posições já foram há muito declaradas pela Ucrânia, mas vão contra as propostas do controverso plano de 28 pontos que foi vazado na semana passada, provocando indignação entre os líderes europeus. Falando na cimeira da Plataforma Crimeia, na Suécia, o porta-voz Ruslan Stefanchuk também disse que a adesão à UE e à NATO devem ser elementos das garantias de segurança da Ucrânia e de qualquer plano de paz. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, na segunda-feira, saudou 'passos importantes' após uma cimeira em Genebra com os EUA, mas disse que era necessário mais para terminar uma guerra de quase quatro anos decorrente da invasão russa. 'Nos passos que coordenámos com o lado dos EUA, conseguimos manter pontos extremamente sensíveis', disse Zelensky numa conferência virtual na Suécia, mas acrescentou que 'para alcançar a paz real, é preciso mais'. Donald Trump, no sábado, acusou os líderes ucranianos de mostrarem 'zero gratidão' aos EUA pelos seus esforços para tentar conseguir a paz. O secretário de Estado dos EUA confirmou: 'Provavelmente tivemos a reunião mais produtiva e significativa de todo este processo'. Os negociadores dos EUA e da Ucrânia elaboraram um 'quadro de paz atualizado e refinado' na Suíça, com uma declaração conjunta dizendo que a reunião tinha sido 'altamente produtiva'. Relatos positivos da reunião seguiram à acusação furiosa de Trump de que os líderes ucranianos estavam a demonstrar 'zero gratidão' pelos seus esforços para terminar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Autoridades europeias saudaram na segunda-feira o que disseram ser passos na direção certa nas negociações em Genebra sobre as propostas de paz dos EUA, vistas como fortemente favoráveis à Rússia, mas apresentaram poucos detalhes e alertaram que as negociações ainda têm um longo caminho pela frente. 'As negociações foram um passo em frente, mas ainda existem questões importantes por resolver', escreveu o presidente finlandês Alexander Stubb na plataforma X sobre a reunião de domingo na Suíça. A súbita emergência do plano de paz coincidiu com um período negro para Zelensky, com a guerra a menos de três meses de completar o seu quarto aniversário. Foi um período de forte pressão na linha da frente, com a Rússia a mostrar uma maior força militar, a Ucrânia a ter menos fundos e Zelensky a tentar desanuviar um escândalo de corrupção que afeta o seu governo. A cimeira de Genebra ofereceu alguma esperança para Kyiv. 'A diplomacia tem sido revigorada, e isso é bom. Muito bom', disse Zelensky no domingo à noite. Ainda não ficou claro se as negociações continuariam na segunda-feira. Crux: o Kremlin ainda não se pronunciou sobre os últimos desenvolvimentos. A Alemanha, por intermédio do ministro dos Negócios Estrangeiros Johannes Wadephul, disse que o secretário de Estado dos EUA Marco Rubio, que dirigiu as negociações na Suíça, 'fez contribuições decisivas positivas para assegurar que este plano possa ser aceite por ambos os lados, europeus e ucranianos'. 'Gostaria de dizer que todas as questões relativas à Europa ou à OTAN foram removidas deste plano, o que é um sucesso decisivo que alcançámos ontem', disse à Deutsche Welle. Depois de ter sido vazado na semana passada, o acordo de paz de Trump foi cautelosamente bem recebido por Moscovo, mas não pelos líderes de Kyiv e da Europa, que o viram como uma entrega de poder político sem precedentes ao Kremlin sobre a Ucrânia. Ela capitulou diante das exigências maximalistas de Putin para o controlo do território, deixando a Ucrânia indefesa face a agressões futuras. Alguns dos detalhes mais alarmantes eram propostas para que a Ucrânia cortasse o seu exército de 900 000 para 600 000 efetivos, entregasse toda a região oriental de Donbas (15% da qual ainda controla) e consagrasse na constituição que nunca se juntará à OTAN. Ao mesmo tempo, a Europa levantaria sanções a Moscou e Moscou seria convidado de volta ao G8. 'Eles querem parar a guerra e querem que a Ucrânia pague o preço', disse uma fonte ucraniana à Reuters, enquanto um legislador sénior do partido de Zelensky disse que o país estava 'com a cabeça a explodir'. Numa fala de sexta-feira, o Presidente ucraniano disse que a Ucrânia 'poderá enfrentar uma escolha muito difícil: ou perder a dignidade, ou correr o risco de perder um parceiro importante', acrescentando que 'hoje é um dos momentos mais difíceis da nossa história'. A aumentar a fúria ucraniana, chegaram relatos de que o rascunho do acordo foi originalmente escrito em russo e depois traduzido para inglês. Contribuindo para as especulações, Mike Rounds, senador republicano pela Dakota do Sul, escreveu no X: 'Esta administração não foi responsável por esta divulgação na sua forma atual. Eles querem utilizá-la como ponto de partida.' Acrescentou: 'Parece que foi escrito em russo para começar.' A Casa Branca negou as acusações. No sábado, líderes da Europa, Canadá e Japão assinaram uma declaração comum na cimeira do G20 na África do Sul, dizendo que o acordo de paz continha elementos 'essenciais para uma paz justa e duradoura', mas que 'exigiria trabalho adicional', citando preocupações sobre território e limites na força armada da Ucrânia. Sir Keir, ao lado de Friedrich Merz e Emmanuel Macron, criticaram elementos do rascunho, alerta de que deixaria a Ucrânia vulnerável a ataques futuros de Moscou. Falando na cimeira do G20, Sir Keir disse estar 'preocupado' com a noção de um teto militar, argumentando que é 'fundamental que a Ucrânia possa defender-se se houver um cessar-fogo'. 'É óbvio que deve ser feito o mais depressa possível, mas tem de ser uma paz justa e duradoura, e por isso temos de acertá-la', disse. Mas, depois de colocar inicialmente pressão em Kyiv para aceitar o acordo até 27 de novembro, as relações entre os EUA e a Ucrânia melhoraram no domingo, após negociações frutíferas em Genebra. Rubio disse que houve 'um tremendo progresso' na entrega do acordo de paz, mas houve 'ainda algum trabalho a fazer' antes que qualquer versão final pudesse ser enviada a Putin. 'Provavelmente tivemos a reunião mais produtiva e significativa de todo este processo', disse. A administração está para analisar 'algumas das sugestões que nos foram apresentadas' e fazer algumas 'alterações' para chegar mais perto de algo que satisfaça tanto a Ucrânia quanto os EUA, disse. 'A conclusão é que foi uma reunião muito, muito significativa, talvez a melhor reunião e o melhor dia que tivemos até agora neste processo desde que tomámos posse em janeiro', disse. A UE também apresentou uma versão modificada do plano de paz dos EUA para a Ucrânia, que recua em relação aos limites propostos sobre as forças armadas de Kyiv e às concessões territoriais. O documento, elaborado pelas chamadas potências E3 — Reino Unido, França e Alemanha — propõe que o exército da Ucrânia seja limitado a 800.000 'em tempo de paz' em vez de uma cota única de 600.000. Também afirma que 'as negociações sobre trocas territoriais começarão a partir da Linha de Contato', em vez de pré-determinar que certas áreas devem ser reconhecidas como 'de facto russas', como sugere o plano dos EUA. Propõe que a Ucrânia receba uma garantia de segurança dos Estados Unidos semelhante à cláusula do Artigo 5 da NATO. Recuará também a proposta dos EUA para a utilização de ativos russos congelados no Ocidente, principalmente na União Europeia. 'Onde a Ucrânia ficará completamente reconstruída e financeiramente compensada', incluindo através de ativos soberanos russos que permanecerão congelados até que a Rússia repare os danos à Ucrânia, lê o documento. Rubio negou qualquer conhecimento da existência de uma contra-proposta. Costa disse na segunda-feira ter falado com o Presidente Zelensky antes de uma reunião informal dos líderes da UE sobre os esforços de paz na Ucrânia, para obter a sua avaliação da situação: "Uma posição da UE unida e coordenada é essencial para assegurar um bom resultado das negociações de paz — para a Ucrânia e para a Europa". O Kremlin afirmou na segunda-feira que não foi informado sobre os resultados das conversações entre os EUA, a Ucrânia e as autoridades europeias em Genebra no fim de semana. "Não recebemos nenhuma informação", disse o porta-voz Dmitry Peskov, acrescentando que estavam cientes de 'ajustes' feitos ao plano norte-americano para acabar com o conflito com a Kyiv que Moscovo tinha recebido. Apesar das negociações de paz, a Rússia não deu sinais de parar os ataques implacáveis à Ucrânia depois de quase quatro anos de guerra. Drones russos atingiram áreas residenciais de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, durante a noite, matando quatro pessoas e ferindo 13, incluindo duas crianças, disseram autoridades. O Ministério da Defesa da NATO disse que a Rússia recomeçou os seus ataques noturnos contra infraestruturas civis e portuárias perto da fronteira com a Roménia, na segunda-feira. A Roménia enviou dois jactos Eurofighter Typhoon e dois F-16 em resposta aos drones perto da sua fronteira, disse o ministério. De acordo com o rascunho contencioso vazado na semana passada, os EUA reconheceriam Donetsk e Lugansk, regiões do leste da Ucrânia, bem como a Crimeia anexada por Moscovo, como 'de facto russas'. "As forças ucranianas vão retirar-se da parte de Donetsk Oblast que controlam atualmente", planeava o documento. A região de Donetsk tem sido o epicentro dos combates, com dezenas de milhares de combatentes mortos de ambos os lados. Apesar de ainda controlar cerca de 14,5 por cento do território na região oriental Donbas, a Ucrânia seria forçada a ceder a totalidade do seu coração industrial. A linha da frente seria congelada nas regiões do sul de Kherson e Zaporizhzhia, que são ambas parcialmente ocupadas por Moscovo. A Rússia seria obrigada a abandonar pequenos bolsos de território que ocupou nas regiões de Kharkiv e Dnipropetrovsk. A Ucrânia receberia garantias de segurança confiáveis, ao mesmo tempo em que se comprometeria a reduzir o tamanho do seu exército. Caças europeus estariam estacionados na Polónia, membro da OTAN. O país ficaria proibido de possuir mísseis de longo alcance, capazes de atingir São Petersburgo ou Moscovo. E 100 mil milhões de dólares dos fundos congelados da Rússia — sancionados após a invasão em fevereiro de 2022 — seriam canalizados para projetos de reconstrução liderados pelos EUA, com a Europa a contribuir com mais 100 mil milhões. Os EUA beneficiariam dos projetos de reconstrução, recebendo 50 por cento dos lucros. A economia russa também seria impulsionada como parte de um novo acordo de cooperação económica de longo prazo com os EUA, que incluiria projetos de extração de metais de terras raras no Ártico. Além disso, para manter o território conquistado, o plano também prevê que Moscou, sob sanções ocidentais há mais de três anos, seja 're-integrado na economia global'. O plano ainda aumentaria a pressão sobre Zelensky, exigindo eleições na Ucrânia dentro de 100 dias — outra exigência-chave defendida por Moscovo, que repetidamente e abertamente pediu a queda do líder ucraniano.

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Por seu lado, o rascunho traz um conjunto de propostas que mexem com o território, as alianças e as sanções entre grandes potências. O documento, embora apresentado como um caminho para a paz, conserva tensões históricas entre ocidente e Moscovo. - Território: Donbas, Donetsk, Lugansk, Crimeia e outros bolsos de território serão tratados sob condições que favorecem a aproximação entre as partes. - Ceasefire: A cadência de cessar-fogo depende de aceitar as exigências russas, o que implica concessões maiores para Moscovo. - Alianças: Ucrânia deverá manter a neutralidade, o que restringe adesão à UE e à NATO; eleições em 100 dias; Rússia receberá uma amnistia. - Sanções: O fim das sanções a Moscovo e acordos comerciais bilaterais de grande escala, incluindo exploração de minerais no Ártico. - Forças armadas e reparações: A Ucrânia deverá reduzir o tamanho do exército para 600 mil, a Rússia recuperará ativos no Ocidente e a criação de um Fundo de Desenvolvimento da Ucrânia. Observação: Este trecho resume componentes do rascunho que gerou polêmicas, incluindo a possível decisão de reconhecer áreas ocupadas como parte de um acordo de paz. Este segmento não contém falas diretas de atores, apenas síntese do que o rascunho propõe.

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