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Taftan: o 'zumbi' vulcânico que parecia extinto há 710 mil anos acorda e envia um aviso brutal

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Estudos indicam que Taftan, no sudeste do Irã, se elevou 9 cm (3,5 polegadas) no cume ao longo de 10 meses, entre 2023 e 2024, e essa elevação ainda não recuou. Em relatos locais de 2024, também houve fumaça e emissões de cinzas na cratera. Os cientistas descrevem o vulcão como dormente, não extinto, sugerindo que a pressão subterrânea continua a se acumular, capaz de se liberar de forma serena ou violenta no futuro. A pesquisa também aponta a necessidade de reavaliar o arco de subducção de Makran — uma cadeia de vulcões no sul do Irã e no Paquistão —, pois Taftan pode indicar uma atividade não detectada anteriormente.

Taftan: o 'zumbi' vulcânico que parecia extinto há 710 mil anos acorda e envia um aviso brutal

Sinais de vida subterrânea: elevação do cume e gases persistentes

Os pesquisadores usaram uma técnica de dados de satélite chamada common-mode filter para eliminar interferências da atmosfera e observar com mais clareza a deformação do terreno. Ao longo de 10 meses, o cume subiu, sugerindo uma fonte de deformação relativamente rasa, entre 470 e 630 metros abaixo do topo. A equipe registrou que, nesse período, emissões de gases partiram de ventilações no cume, incluindo vapor d’água, dióxido de carbono, dióxido de enxofre, sulfeto de hidrogênio e fluoreto de hidrogênio, com o dióxido de enxofre chegando a cerca de 20 toneladas por dia. Dois grandes eventos gasosos ocorreram em 16 e 28 de maio de 2024, indicando aumentos temporários de pressão e fluxo gasoso. Os padrões de movimento nas margens oeste e leste não acompanharam chuvas nem terremotos, sugerindo que os processos são internos ao vulcão.

Sinais de vida subterrânea: elevação do cume e gases persistentes

O veredito dos cientistas: dormente, não extinto

O autor sênior Pablo González afirmou que Taftan é melhor descrito como dormente do que extinto. Embora não haja erupção em curso, a pressão sob a cúpula continua e pode ser liberada de forma calma ou violenta no futuro. O estudo, publicado neste mês, sustenta: “Nossas descobertas revelam que Taftan está mais ativo do que se reconhecia anteriormente.” González ressaltou que não há razão para pânico imediato, apenas a necessidade de monitoramento mais próximo. “Este estudo não pretende provocar pânico nas pessoas. É um chamado às autoridades da região no Irã para designar recursos para acompanhar isso”, acrescentou. A pesquisa também destacou que o método de filtro de modo comum permitiu obter uma imagem mais nítida da movimentação do solo.

O veredito dos cientistas: dormente, não extinto

Impacto regional e lições para a região

Taftan fica no sudeste do Irã, na província de Sistan e Baluchistão, próximo à fronteira com o Paquistão, com cerca de 13 mil pés de altitude, sendo o ponto mais alto da região. As cidades mais próximas são Khash (81 milhas a noroeste) e Zahedan (capital da província, com mais de 500 mil habitantes). Do lado paquistanês, a cidade de Taftan, em Balochistão, fica a uma distância aproximada de dezenas de milhas do vulcão. Caso entre em erupção, os impactos potenciais incluem cinzas que poderiam interromper voos e danificar culturas e água, problemas respiratórios para a população, além de fluxos de lava e nuvens de avalanche piroclástica que poderiam destruir infraestrutura, casas e plantações. Emissões tóxicas, como dióxido de enxofre, poderiam provocar chuva ácida e piorar a qualidade do ar.

Impacto regional e lições para a região

O que vem a seguir: monitoramento, recursos e uma nova leitura da ameaça

Os autores pedem monitoramento mais próximo e uma revisão das avaliações de risco do arco de Makran, que se estende pelo Irã e Paquistão. A deformação indica uma fonte rasa entre 470 e 630 metros abaixo do cume (1.540–2.070 pés). Dois grandes eventos gasosos ocorreram em 16 e 28 de maio de 2024, sinalizando picos de pressão temporários. Mesmo diante do alerta, González reiterou: não há motivo para pânico, mas sim um chamado para que autoridades destinem recursos para acompanhar a situação. Taftan continua sendo um vulcão estratovulcano ativo, exigindo vigilância contínua e uma leitura atualizada do risco na região.

O que vem a seguir: monitoramento, recursos e uma nova leitura da ameaça