Reverteu a idade biológica em uma década e afirma ter eliminado 85% dos microplásticos do corpo — o que isso prova, de fato?
Bryan Johnson, um biohacker de 48 anos, alega ter reduzido drasticamente o acúmulo de microplásticos em seu corpo e estar biologicamente mais jovem em mais de uma década. Segundo ele, entre novembro de 2024 e julho de 2025, os níveis de microplásticos no sêmen caíram de 165 para 20 partículas por mililitro, uma queda de 88%. No sangue, a diminuição foi de 70 para 10 partículas por mililitro entre outubro de 2024 e maio de 2025, uma redução de 85%. Microplásticos são partículas minúsculas que escapam de embalagens, utensílios, máscaras e outros itens plásticos, entrando na corrente sanguínea e potencialmente atingindo órgãos vitais, com riscos associados a inflamação, infertilidade e até câncer. Quase toda pessoa tem microplásticos circulando pelo corpo; estudos estimam que o consumo médio anual seja de dezenas de milhares de partículas. A origem exata ainda é objeto de pesquisa, mas recomendações comuns incluem evitar recipientes plásticos para alimentos, utensílios antiaderentes e até o uso de bidês para reduzir exposição. Johnson atribui parte da redução ao uso diário de sauna de 20 minutos para suar toxinas, bem como a cortes no uso de embalagens plásticas de micro-ondas e tábuas plásticas. Ele também cita um sistema de desmineralização da água por osmose reversa.
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O que Bryan Johnson afirma
O biohacker de 48 anos afirma estar biologicamente mais jovem por mais de dez anos. Entre novembro de 2024 e julho de 2025, ele diz que os microplásticos no sêmen caíram de 165 para 20 partículas por mililitro, uma redução de 88%. No sangue, a queda foi de 70 para 10 partículas por mililitro entre outubro de 2024 e maio de 2025, uma redução de 85%. Ele sustenta que este é o primeiro relatório conhecido de correlação entre níveis de microplásticos no sangue e no sêmen na mesma pessoa ao longo de dois pontos no tempo, sugerindo uma detoxificação bem-sucedida dos microplásticos no sêmen após a redução no sangue. Ainda assim, não há verificação independente dessas medições ou replicação externa. A notícia vem com ressalvas importantes: a evidência representa apenas um caso e não estabelece causalidade. Além disso, ainda não houve estudos amplos que confirmem que métodos como sauna ou osmose reversa eliminam microplásticos do corpo de forma confiável.
Como ele afirma ter feito
Johnson afirma ter adotado uma rotina diária de sauna de 20 minutos a 200°F (93°C) para induzir sudorese e expulsar microplásticos e outras toxinas. Ele também disse ter evitado utensílios plásticos de uso doméstico, especialmente recipientes de micro-ondas, e instalou um sistema de osmose reversa para filtrar a água. Ele descreve ainda a aplicação de gelo nos testículos após a sauna, como parte de seu protocolo, e observa que o conjunto de dispositivos custa mais de US$600. Enquanto ele atribui os resultados à sauna — que ele diz eliminar toxinas ambientais ligadas a plásticos —, especialistas ressaltam que a relação direta entre saunas e remoção de microplásticos não foi estudada de forma confiável. É importante notar que não está claro como Johnson mediu os níveis de microplásticos no sangue e no sêmen nem se seus resultados são sustentados ao longo do tempo por avaliações independentes.
Contexto científico e dúvidas
Um estudo publicado em Toxicological Sciences, em maio do ano passado, examinou microplásticos em 23 testículos de homens falecidos (e tecidos de testículos de cães) e encontrou a presença de 12 tipos diferentes de microplásticos. Os autores alertaram que esses traços poderiam estar ligados a uma menor contagem de sêmen e à infertilidade. Por sua vez, uma meta‑análise de 36 estudos associou a presença de microplásticos a estresse oxidativo nos órgãos reprodutivos masculinos, inflamação, morte celular e redução de testosterona, produção e motilidade dos espermatozoides. Os autores ressaltam que a relação entre microplásticos e efeitos reprodutivos ainda requer mais evidências e que os resultados de Johnson não substituem estudos independentes. Além disso, não está claro como as medições dele foram realizadas ou se houve verificação por terceiros.
O que isso significa para o futuro (com cautela)
Quase todo mundo está exposto a microplásticos; eles podem migrar para órgãos vitais e contribuir para inflamação, alterações hormonais e potencial risco de doenças. Embora a ideia de detox por meio de sauna seja atraente para quem busca soluções rápidas, não há estudos robustos que comprovem que saunas reduzem microplásticos no sangue ou nos testículos. As reivindicações de Johnson ainda são não verificadas de forma independente e envolvem dispositivos caros. Medidas simples para reduzir a exposição — como evitar recipientes plásticos para alimentos — são discutidas, mas a ciência ainda exige confirmação e replicação. Em resumo, a possibilidade de reduzir o acúmulo de microplásticos é uma área em pesquisa. Enquanto alguns leitores podem sentir esperança, é essencial manter o ceticismo e acompanhar estudos independentes que possam confirmar ou contestar esses resultados.