Ratos como habitantes da cidade: quando o número de ratos supera a população humana
Já pensou que o maior morador de uma cidade pode não ser humano? Em algumas cidades, os ratos disputam o título de cidadão comum. Barcelona, Deshnok, Minneapolis e Chicago mostram números que parecem ficção: roedores que superam pessoas em determinadas áreas urbanas. Em Barcelona, o índice, após anos de desratização, ficou em 0,12 rato por pessoa. Em Deshnok, um templo abriga 25 mil ratos para apenas 15 mil habitantes. Em Minneapolis, mesmo com patrulha anti-ratos com cães treinados para esmagar roedores, a cidade registra aproximadamente 1,5 milhão de ratos para 400 mil pessoas. Em Chicago, quase 20 milhões de ratos vivem em casas e ruas, e desde 2018 a cidade é considerada a mais ratificada do planeta, com Nova York em leve desvantagem.
In This Article:
- Barcelona: 0,12 rato por pessoa — o custo de uma guerra contra as pragas
- Deshnok, Índia: 25 mil ratos num templo para 15 mil habitantes
- Minneapolis: patrulha comunitária contra ratos — e ainda assim 1,5 milhão de roedores para 400 mil pessoas
- Chicago: clima ameno, lixo mal gerido e turistas que alimentam os roedores
Barcelona: 0,12 rato por pessoa — o custo de uma guerra contra as pragas
Em 2019, a prefeitura de Barcelona decidiu avaliar a eficácia do programa de desratização que durou anos. Espalharam milhares de armadilhas pelos sistemas de esgoto e multiplicaram o número de ratos capturados pela extensão do esgoto, que soma 900 quilômetros. O resultado foi de 200.000 indivíduos, para uma população de um grande bairro. O índice de 0,12 rato por pessoa parece baixo, mas ele é o saldo de anos de luta, trabalho humano e dinheiro público gastos para manter a cidade livre de roedores.
Deshnok, Índia: 25 mil ratos num templo para 15 mil habitantes
Na cidade de Deshnok, o templo dedicado à deusa Karni Mata abriga 25 mil ratos entre seus devotos. O templo fica no coração de uma comunidade de apenas 15 mil pessoas. Segundo a lenda, a encarnação viva da deusa proclamou que todos os homens, após a morte, seriam reencarnados como ratos e renasceriam como humanos. Por isso, monges alimentam e cuidam de seus roedores, mantendo uma convivência que mistura fé, tradição e uma relação sagrada com os roedores.
Minneapolis: patrulha comunitária contra ratos — e ainda assim 1,5 milhão de roedores para 400 mil pessoas
Em Minneapolis, moradores organizaram uma contracota contra as ratazanas: patrulhas anti-ratos com cães treinados para esmagá-los. Mesmo assim, a cidade abriga cerca de 1,5 milhão de ratos para 400 mil pessoas, o que dá aproximadamente 3,5 ratos por pessoa. A cena levanta perguntas sobre como as comunidades podem lidar com pragas sem depender apenas do governo, e se a mobilização cidadã é suficiente diante de uma infestação tão persistente.
Chicago: clima ameno, lixo mal gerido e turistas que alimentam os roedores
O clima suave de inverno permite que os ratos sobrevivam nas ruas de Chicago. A cidade recebe cerca de 25 milhões de visitantes por ano, muitos deles consumindo refeições em restaurantes, cafés e lanchonetes, que geram restos que os roedores facilmente acessam. Em consequência, as pragas prosperam: estima-se que haja cerca de 20 milhões de ratos vivendo em casas e ruas. Desde 2018, Chicago é oficialmente considerada a cidade mais ratificada do mundo, com Nova York correndo quase na mesma linha. A história mostra como a vida urbana, o turismo e a gestão de resíduos moldam a convivência entre humanos e ratos, uma ironia: os roedores parecem ter se adaptado melhor à cidade do que seus criadores.