O visitante interestelar que muda de cor: 3I/ATLAS se aproxima do Sol
3I/ATLAS, o visitante interestelar que se aproxima do Sol, está mudando de cor diante dos nossos olhos. A cauda alonga-se, o coma — a atmosfera de gás e poeira que envolve o núcleo — fica mais proeminente, e leituras de telescópios sensíveis revelam propriedades incomuns para um objeto que cruza o nosso sistema. Nesta semana, imagens obtidas durante o eclipse lunar mostraram algo ainda mais surpreendente: o coma passou de vermelho para verde. Um enigma científico que pode revelar de onde veio e como é seu interior.
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O que é 3I/ATLAS? Um cometa vindo de fora do nosso sistema
O que é 3I/ATLAS? É amplamente visto como um cometa interstelar que veio de fora do nosso sistema solar. Sua passagem pelo Sol é tão rápida que começa a exibir sinais de evolução: forma e brilho mudam à medida que ele se aproxima do astro. Em breve atingirá o ponto de maior proximidade ao Sol, oferecendo aos cientistas uma oportunidade única de estudar um objeto originário de além da nossa vizinhança cósmica.
A transformação de cor durante o eclipse lunar
Na última semana, o caçador de cometas Michael Jäger e colegas 'aproveitaram o eclipse lunar total para obter uma imagem profunda de 3I/ATLAS sob o céu escuro da Namíbia', conforme relatório recente. As observações indicaram que o coma do objeto evoluiu de emitir luz vermelha para verde — mais uma surpresa na odisséia do visitante. O astrônomo Avi Loeb, da Harvard, sugere que isso pode ocorrer por um 'aumento acentuado na produção de cianeto', acompanhado de mudanças na produção de níquel, à medida que ele se aquece. Embora alguns discutam a possibilidade de artefato extraterrestre, as evidências estão se fortalecendo para classificá-lo como um cometa vindo de outra estrela.
O que as observações revelam sobre composição e órbita
Os dados da equipe ATLAS, que primeiro detectou o objeto, descrevem uma evolução 'anômala'. A transição da dispersão da luz pela poeira para a produção de pequenos grãos de gelo, altamente refletivos, mudou a opacidade da pluma de material expelido por 3I/ATLAS. Loeb também aponta que o objeto é dominado por dióxido de carbono, representando cerca de 87% de sua massa, e que sua órbita — que passa perto de Marte, Júpiter e Vênus — é extremamente incomum para um corpo gelado conhecido.
O que vem a seguir e o que isso nos ensina
O que vem a seguir é objeto de estudo contínuo: os cientistas esperam acompanhar 3I/ATLAS por anos para entender se é apenas um cometa interestelar ou algo além. Embora a hipótese de um artefato extraterrestre tenha sido discutida por alguns, as evidências atuais favorecem a ideia de um cometa originário de fora do sistema solar, ainda que com propriedades extraordinárias. Para Loeb, o objeto permanece um caso fora do comum, dominado por CO2, e sua trajetória desperta perguntas sobre o que significa cruzar as fronteiras estelares.