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O tesouro subaquático de 17 bilhões de dólares diante da costa de Cartagena: o navio San José, afundado em 1708, ainda sem dono

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Na primavera de 2024, mergulhadores se preparavam para içar o tesouro que muitos juram existir há séculos, ao largo de Cartagena. A soma estimada é de 17 bilhões de dólares, composta por prata, ouro e esmeraldas guardadas em cofres. Se confirmado, seria o tesouro mais valioso já encontrado na história da humanidade. A profundidade estimada do naufrágio é de 600 metros — um desafio extremo para qualquer tecnologia de mergulho. O San José era o galeão espanhol que liderava um comboio de três navios de guerra e catorze navios mercantes. Em 8 de junho de 1708, a esquadra inglesa, comandada pela embarcação Expedición, com 70 canhões, interceptou o navio. A explosão causada pela pólvora na casa de pólvora provocou o afundamento quase instantâneo do San José. Entre quase 600 tripulantes, apenas 11 conseguiram escapar.

O tesouro subaquático de 17 bilhões de dólares diante da costa de Cartagena: o navio San José, afundado em 1708, ainda sem dono

A tragédia do San José: o naufrágio que mudou a história

Esse episódio ficou marcado como uma das batalhas mais lendárias do período colonial. O San José liderava um comboio que incluía 3 navios de guerra e 14 navios mercantes, protegidos pela frota. Na manhã de 8 de junho de 1708, o ataque inglês provocou uma explosão devastadora na casa de pólvora, levando o galeão a afundar em minutos. Dos cerca de 600 tripulantes, apenas 11 sobreviveram.

A tragédia do San José: o naufrágio que mudou a história

A corrida pelo tesouro: de promessas a impasses

Na década de 1980, a empresa Glocca Morra aproximou-se do governo colombiano com uma proposta de divisão igualitária do achado. Em 1981, eles afirmaram ter localizado o navio a 300 metros de profundidade, tendo gasto US$ 10 milhões na busca. O governo colombiano respondeu oferecendo apenas 5% à empresa e proibindo que seus funcionários trabalhassem no local. Ao tentar realizar a recuperação, a Colômbia percebeu que não dispunha de recursos para conduzir a operação. Em 2015, as autoridades colombianas anunciaram ter encontrado parte do tesouro, mas não no local indicado pela Glocca Morra.

A corrida pelo tesouro: de promessas a impasses

Conflitos de soberania e o avanço tecnológico

As coordenadas exatas do achado permaneceram sigilosas, mas a profundidade estimada continua em 600 metros. A Espanha reivindicou que o galeão lhe pertencia, enquanto a Colômbia manteve que o tesouro era patrimônio cultural do país. A Bolívia também ingressou no debate, pedindo apenas alguns artefatos de seus antepassados. Um tribunal dos EUA reconheceu que o tesouro é valor cultural da Colômbia. A Bolívia ofereceu ajuda, solicitando apenas alguns artefatos. Entre 2021 e 2022, novas tecnologias permitiram inspecionar o fundo com imagens de alta resolução, revelando moedas de macuquina cunhadas à mão, usadas na economia colonial.

Conflitos de soberania e o avanço tecnológico

Hoje: o que resta e o que pode vir a seguir

O tesouro continua no fundo do mar, e a disputa entre nações permanece sem um vencedor definitivo. A Colômbia vê o achado como parte do seu patrimônio museológico; a Espanha sustenta que o galeão pertence a eles; a Glocca Morra cobra até 10 bilhões de dólares de indenização, e a Bolívia espera obter alguns artefatos. A UNESCO impôs veto à venda do tesouro, mantendo a disputa em suspensão. Avanços tecnológicos renovam esperanças de uma eventual recuperação, mas o caminho é longo e incerto. Enquanto isso, a história do San José permanece como lembrete de como a riqueza antiga pode reacender velhas rivalidades entre nações.

Hoje: o que resta e o que pode vir a seguir