O sósia de Messi que virou manchete: como um rapaz iraniano quase foi julgado pela imprensa mundial
Em 2017, o mundo do futebol seguia Lionel Messi quando começou a circular uma história improvável: Reza Paratesh, um iraniano de Hamadan, teria sido acusado de usar a semelhança com o argentino para seduzir 23 meninas. A notícia ganhou as capas da imprensa espanhola e, em pouco tempo, espalhou-se pelo mundo, transformando um rapaz comum no que muitos chamaram de “falso Messi”. A história não era apenas sobre futebol; era sobre como boatos podem crescer na velocidade da internet e ganhar vida própria, tocando pessoas, clubes e até a percepção de uma cultura inteira.
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Quem é Reza Paratesh
Reza Paratesh nasceu e vive em Hamadan, no Irã. Em 2017, com 26 anos, ele era um jovem apaixonado por futebol. Na verdade, ele não parecia idêntico ao Messi, mas, um ano antes, o jogador do Barcelona deixou a barba crescer para parecer mais masculino. O pai dele percebeu o fascínio que o filho despertava e presenteou-o com uma camisa número 10 do Barcelona, para tirar fotos juntos. As imagens foram postadas na internet iraniana e rapidamente viralizaram. Em pouco tempo, ele também deixou crescer a barba, o que aumentou ainda mais a atenção sobre ele.
Da curiosidade à febre de imprensa: o nascimento do “falso Messi”
Essa visibilidade não parou por aí. Em Hamadan houve uma comoção quando houve tumulto de fãs pedindo selfies; a polícia precisou intervir para acalmar a situação. Com o tempo, as propostas de agências de modelos começaram a chegar e Reza descobriu que podia monetizar sua semelhança com Messi. Em pouco tempo, ganhou muitos seguidores no Instagram e passou a ser conhecido como o “falso Messi”. Nos seus posts, ele distribuía autógrafos, participava de conferências de imprensa, abraçava troféus falsos da Liga dos Campeões e posava ao lado de fotos do verdadeiro Messi, aumentando a sensação de autenticidade. Também apareceu na televisão para falar sobre a sua vida e as dificuldades de ser a cópia de uma estrela tão maior que a vida.
O boato que cruzou fronteiras: por que a história não era o que parecia
Mas havia um ponto sombrio por trás dessa fama: em 2017, a imprensa espanhola publicou que o sósia teria assediado 23 mulheres, alegando que Reza conseguia se aproximar deles fingindo ser Messi. A realidade era bem diferente: o Messi de verdade não fala persa, e o sósia não domina o espanhol; qualquer pessoa minimamente atenta perceberia a farsa. Ainda assim, a notícia circulou, e veículos de todo o mundo repetiram o rótulo de que o “falso Messi” estaria sob julgamento. Reza inicialmente ignorou os boatos, mas logo entendeu que eles podiam trazer problemas reais. Por isso gravou um vídeo explicando que vivia numa sociedade muçulmana conservadora e que, por isso, assuntos de intimidade poderiam virar problema sério. Ele disse, com relação ao que poderia ter acontecido, que “se houvesse algo assim, já estaria preso”. Essa história acabou por se dissipar, mas deixou marcas: até pessoas como Gary Lineker, ex-jogador de Barcelona, acreditaram nela e só mais tarde descobriram que era uma farsa. Em 2021, quando Messi transferiu-se para o PSG, a imprensa voltou a mencionar a lenda, apenas para provocar risos entre os fãs.