O que especialistas em segurança alimentar não pedem quando comem fora
Retrato inicial: Bill Marler, um advogado de Seattle que há décadas litiga em casos de grandes surtos de intoxicação alimentar, mostra como o comportamento à mesa pode ser uma forma de defesa pessoal. 'Eu explico o que faço para viver', disse ele ao The Washington Post. 'É um risco ocupacional.' Ele revelou que o seu pedido de hambúrguer bem passado e de bife atraiu a curiosidade dos cozinheiros, que saíram da cozinha para perguntar o que havia de errado com ele. Marler afirmou que já não toca em saladas embaladas, taças de fruta ou bandejas, carnes frias, refeições prontas para consumir e brotos crus — itens que costumam ser servidos crus em sanduíches, saladas e wraps.
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Itens de alto risco que especialistas evitam ao jantar fora
Para ele, itens de alto risco incluem saladas embaladas, saladas de fruta, bandejas prontas, carnes frias, refeições prontas para comer e brotos crus. 'Eles têm sido repetidamente ligados à contaminação cruzada e a surtos graves de Listeria, E. coli e Salmonella', disse. Ele afirmou que não toca mais nesses itens — que muitas vezes aparecem crus em sanduíches, saladas e wraps.
Como mudaram os padrões de surtos: de hambúrgueres às folhas verdes
Bryan Quoc Le, cientista de alimentos com Mendocino Food Consulting, explicou que 'os riscos da carne moída diminuíram devido aos testes e aos requisitos de cozimento, enquanto as folhas verdes não têm um passo de aquecimento e são conhecidas por se contaminarem mais cedo na cadeia de abastecimento, onde os controles são mais difíceis de aplicar'. Além disso, as folhas verdes são processadas centralmente, misturadas em grandes lotes e enviadas para todo o país. Isso, segundo Le, as torna possivelmente o maior risco atual. 'Um único episódio de contaminação pode afetar muitas pessoas antes de ser detectado', afirmou.
Do perigo passado ao presente: de hambúrgueres às folhas
Nos anos 90, os hambúrgueres eram vistos como a maior ameaça à segurança alimentar, sobretudo após um surto de E. coli em 1993 que levou mais de 170 pessoas ao hospital e matou quatro crianças. Após regulações mais rígidas e melhorias significativas, as doenças ligadas aos hambúrgueres caíram consideravelmente. Hoje, Reese observa que o perigo se inverteu: a alface e outras folhas verdes causam muito mais surtos do que os hambúrgueres, principalmente porque são cultivadas junto a explorações de gado, podem ser contaminadas pela água de irrigação e são consumidas cruas sem qualquer cozimento que elimine patógenos. 'A alface por cima desses hambúrgueres é a culpada', disse Reese ao Fox News Digital. Ele afirmou que nunca come salada ou alface embalada quando está a comer fora. 'Ver as vítimas que representei ficarem com insuficiência renal e precisarem de diálise por toda a vida apenas por causa de uma salada de restaurante é chocante', acrescentou. 'A maioria dos americanos não parece pensar que isso vai acontecer com eles', completou. Segundo o CDC, cerca de 48 milhões de americanos adoecem por doenças transmitidas por alimentos a cada ano — aproximadamente 1 em 6 pessoas —, levando a cerca de 128 000 hospitalizações e 3 000 mortes. A agência observa que a cadeia de abastecimento de alimentos dos EUA continua entre as mais seguras do mundo, mas os produtos frescos respondem por uma parte significativa dos surtos, especialmente norovírus, a principal doença transmitida por alimentos no país. O risco para crianças pequenas, grávidas, idosos e pessoas imunocomprometidas não vale a pena.
Conselhos práticos para reduzir o risco
Nova Jérsia: Tina Marinaccio, nutricionista e antiga inspetora de segurança alimentar, concorda. 'A maioria dos americanos está completamente sem ideia sobre o que acontece com a comida antes de chegar aos pratos', disse à Fox News Digital. No entanto, Marinaccio discorda da opinião de Marler de que os bifes devem estar bem passados. 'Se não estiveres imunocomprometido nem estiveres grávida, pede o bife mal passado', afirmou. 'A E. coli seria morta na superfície durante o cozimento normal.' Acrescentou que a verdadeira preocupação está na carne moída, onde as bactérias podem estar misturadas por toda a carne e precisam alcançar 71 °C para ser segura. Apesar dos riscos, os especialistas destacam que muitas intoxicações alimentares são preveníveis. 'A lavagem adequada das mãos e uma formação mais rigorosa no uso de luvas são essenciais, pois a má higiene é uma das fontes mais comuns de contaminação', disse Marinaccio. Le acrescentou que cozinhar completamente as carnes, tratar saladas embaladas como alimentos de maior risco e cortar os vegetais em casa pode reduzir significativamente as hipóteses de ficar doente.
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