O Doomsday dos SIMs: a rede secreta que quase derruba a rede celular de Nova York
Os agentes da Secret Service dos EUA identificaram e neutralizaram uma rede de dispositivos capazes de desligar toda a rede celular de Nova York. A operação também está ligada a uma onda de chamadas de "swatting" que miraram autoridades governamentais no início deste ano. A escala é assustadora: mais de 100.000 cartões SIM e 300 servidores SIM, espalhados por cinco esconderijos na cidade e arredores. Todos estavam desocupados; as autoridades também apreenderam 80 gramas de cocaína, armas ilegais, além de computadores e celulares. Um funcionário que pediu para não ser identificado disse ao New York Times que a rede podia enviar 30 milhões de mensagens de texto por minuto. A operação era tão ampla que, segundo o informante, não tinha precedentes para a Secret Service. “Esses dispositivos permitiam comunicações anonimas e criptografadas entre potenciais atores e organizações criminosas, permitindo que atuassem sem serem detectados”, disse Matt McCool, chefe do escritório do Secret Service em Nova York, em uma declaração veiculada pela NBC News. “Essa rede tinha o potencial de desativar torres de telefonia celular e, essencialmente, derrubar a rede celular na cidade de Nova York.”
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Como a rede operava
Como funciona? A rede permitia comunicações anônimas e criptografadas entre os criminosos, tornando-os difíceis de rastrear. A capacidade de laço era impressionante: poderia enviar 30 milhões de mensagens de texto por minuto, o que, segundo a cobertura da CNN, seria suficiente para alcançar praticamente toda a população dos EUA em minutos. Em uma demonstração vívida de seu alcance, McCool afirmou que a rede poderia ter enviado uma mensagem criptografada a cada pessoa nos EUA em apenas 12 minutos, o que poderia bloquear o acesso às torres de celular e impedir que moradores de Manhattan usassem serviços como o Google Maps. Caso fosse empregado para um ataque em larga escala, a operação poderia interferir nas comunicações de emergência e facilitar comunicações criptografadas entre criminosos.
Impactos potenciais e perguntas não respondidas
Embora as ameaças verificadas até agora tenham sido de menor escala, o episódio expõe quão vulnerável é a infraestrutura de rede. Um especialista ouvido pela NYT sugeriu que o caso pode ter natureza de espionagem: “Meu instinto é que isto é espionagem”, afirmou Anthony Ferrante, da empresa de cibersegurança FTI. A proximidade com a sede da ONU alimenta essa linha de leitura, embora não haja evidências de ataque contra a ONU até o momento. A rede poderia ter atrapalhado comunicações de emergência e de polícia, além de facilitar o uso de canais de comunicação criptografados entre atores criminosos.
Quem poderia estar por trás e onde ficavam os esconderijos
Até o momento, nenhuma prisão foi anunciada. McCool sugeriu a possibilidade de diferentes atores: governos estrangeiros, cartéis, traficantes humanos ou terroristas. Os esconderijos ficavam em Queens (NY), Armonk (NY), Greenwich (Connecticut) e New Jersey, formando um anel ao redor da infraestrutura celular de Nova York. As autoridades avaliam se poderia ter havido alvo específico na Assembleia Geral das Nações Unidas. Não há evidências concretas de ataque à ONU, mas a hipótese não foi descartada. A proximidade com a ONU alimenta especulações sobre espionagem. Um especialista citado pela NYT indicou que o tamanho da operação, por perto de instalações da ONU, poderia ter servido para espionagem.
O que vem a seguir
A investigação continua, sem prisões anunciadas. McCool afirmou: “Este é um inquérito em andamento, mas não há razões para acreditar que não encontraremos mais desses dispositivos em outras cidades.” As autoridades não descartam a possibilidade de encontrar mais aparelhos em outras localidades. O caso levanta questões sobre vulnerabilidades da infraestrutura de comunicações e a necessidade de vigilância contínua. Em resumo, esta história mostra como uma rede secreta pode desafiar autoridades, tecnologia e a nossa percepção de segurança.