NASA planeja morar na Lua dentro de bolhas de vidro feitas da poeira lunar
A NASA revelou planos para enviar astronautas para viver na Lua dentro de grandes esferas de vidro criadas in loco a partir do regolito lunar. Pequenos fragmentos de vidro lunar seriam derretidos num forno de micro-ondas inteligente ao chegar à superfície e soprados para formar bolhas transparentes que serviriam de abrigo. Os esqueletos dessas bolhas teriam diâmetros entre 305 e 488 metros, dependendo do projeto, permitindo eventualmente cidades lunares conectadas por pontes de vidro. Construir no local reduz o custo de envio de materiais da Terra, embora o desafio técnico seja enorme. A proposta vem da empresa Skyeports, que já provou que bolas de vidro podem ser sopradas a partir da poeira lunar.
Como funciona: do regolito à casa de vidro
O material base provém do regolito lunar, que contém silicatos iguais aos usados para fabricar vidro — até cerca de 60% da poeira lunar. A partir daí, a poeira seria derretida com um forno de micro-ondas inteligente, auxiliando a moldagem do vidro em bolhas. O vidro fundido seria soprado em bolhas concêntricas que formariam a estrutura externa da base lunar. O interior da habitação poderia ser 3D impresso usando materiais coletados na superfície da Lua. Além disso, camadas de bolhas criariam uma condensação que facilitaria o cultivo de plantas e a produção de oxigênio. Painéis solares instalados nos tanques de vidro gerariam a energia necessária para sustentar o habitat.
Visão de futuro sob o guarda-chuva da NIAC
O conceito está sendo pesquisado no âmbito do NASA Innovative Advanced Concepts (NIAC), programa que financia ideias com potencial de transformar a aeroespacial. Construir in situ é atraente porque a montagem de grandes estruturas na Lua seria extremamente cara se dependesse de envio de peças prontas. A técnica envolve enormes tubos de gás usados para soprar o vidro, que também poderiam servir como vias de entrada após a conclusão das bolhas. A visão é de que bolhas de vidro transparentes apoiem não apenas a habitação, mas também o fornecimento de energia e um ecossistema fechado, com plantas cultivadas para oxigênio.