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Nanoplásticos em garrafas d’água: 240 mil partículas por litro descobertas em três marcas populares

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Pesquisadores da Universidade de Columbia usaram uma tecnologia de laser guiado para detectar nanoplásticos em água engarrafada — algo invisível aos métodos convencionais. Em três marcas populares, eles encontraram em média 240.000 nanoplásticos por litro. O estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences em janeiro de 2024, aponta sete tipos diferentes de plástico presentes na água: poliamida, polipropileno, polietileno, polimetilmetacrilato, policloreto de vinila, poliestireno e polietileno tereftalato. Em 2018, outro estudo sugeriu cerca de 300 partículas por litro, mas desta vez o número é centenas de milhares. Os nomes das marcas não foram divulgados no estudo. A notícia reacende a discussão entre água engarrafada e água da torneira, já que muitos consumidores escolhem garrafas pela conveniência, sabor ou percepção de segurança.

Nanoplásticos em garrafas d’água: 240 mil partículas por litro descobertas em três marcas populares

A descoberta: sete tipos de plástico detectados e a tecnologia laser que tudo vê

A nova tecnologia possibilita detectar, contar, analisar e entender a estrutura química das nanopartículas. Os pesquisadores identificaram sete tipos de plástico: poliamida, polipropileno, polietileno, polimetilmetacrilato, policloreto de vinila, poliestireno e polietileno tereftalato (PET). O estudo avaliou três marcas sem revelar seus nomes no artigo. Em relação à estimativa de 2018, que apontava cerca de 300 partículas por litro, a nova pesquisa encontrou 240.000 nanoplásticos por litro, em média. As partículas variavam em tamanho, com algumas chegando a 200 nanômetros.

A descoberta: sete tipos de plástico detectados e a tecnologia laser que tudo vê

Riscos à saúde: evidências humanas tímidas, mas preocupantes

Micro e nanoplásticos já foram encontrados na placenta humana, em tecidos pulmonares e no sangue, conforme Phoebe Stapleton, professora associada de farmacologia e toxicologia da Rutgers University, ao CNN Health. A UCLA Health afirma que há evidências de efeitos negativos na saúde, embora haja pouca pesquisa direta em humanos. Em estudos com animais ou células, nanoplásticos podem afetar várias funções do organismo, causar inflamação e, possivelmente, aumentar o risco de alguns tipos de câncer. A área ainda é pouco explorada em termos de impactos humanos diretos.

Riscos à saúde: evidências humanas tímidas, mas preocupantes

Origem, embalagens e o que carregam

Não está claro se os nanoplásticos já estavam presentes na água na fonte. O que se sabe é que muitos micropartículas podem se ligar a substâncias ao entrar em contato com fluidos, atuando como transportadores de poluentes, toxinas, antibióticos ou microrganismos, afirma Sara Benedé, do Instituto de Pesquisa em Ciência dos Alimentos do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha. A garrafa costuma ser feita de PET, e filtros de água também costumam usar plástico, o que pode aumentar a contaminação. “As micropartículas e nanopartículas têm a habilidade de se ligar a todo tipo de compostos quando entram em contato com fluidos, atuando como transportadores de poluentes, toxinas, antibióticos ou microrganismos”, disse Benedé.

Origem, embalagens e o que carregam

Conclusões e o que fazer: menos garrafas, mais água da torneira

Embora a pesquisa ainda não envolva humanos, já levanta questões importantes sobre a segurança da água engarrafada. Dado o grande número de nanoplásticos detectados, muitos especialistas recomendam priorizar água da torneira sempre que possível. Casos de emergência podem exigir água engarrafada, mas é aconselhável reduzir o uso de plástico e apoiar métodos de embalagem mais seguros. O estudo foi publicado em janeiro de 2024 na PNAS e foi atualizado posteriormente.

Conclusões e o que fazer: menos garrafas, mais água da torneira