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Mulher vence despejo usando o ChatGPT como advogada — e evita dezenas de milhares de dólares em multas

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Em California, Lynn White atrasava o aluguel e chegou a perder um júri após receber uma ordem de despejo. Em vez de depender apenas de uma rede local de defesa de inquilinos, ela recorreu a IA para se representar no tribunal, usando ChatGPT e a plataforma Perplexity. Embora seja uma escolha arriscada, quase sempre desencorajadas pela prática jurídica, a IA identificou possíveis falhas nos procedimentos do juiz, indicou as ações a tomar e redigiu as respostas para o tribunal. “Não posso enfatizar demais a utilidade da IA no meu caso”, disse ela à NBC News. “Eu nunca, jamais, poderia ter vencido esse recurso sem IA.”

Mulher vence despejo usando o ChatGPT como advogada — e evita dezenas de milhares de dólares em multas

A estratégia improvável: representar-se com IA

Essa decisão de se representar com IA é incomum e arriscada. Lynn White não foi a única: Staci Dennett, proprietária de um negócio de fitness em casa no Novo México, também usou IA para negociar um acordo relacionado a dívidas não pagas. Dennett disse que pediu ao ChatGPT para fingir ser um professor de Harvard e testar seus argumentos — “desmonte-os até eu obter um A-plus no trabalho”, ela contou à NBC. Em relatos, o output da IA foi tão convincente que os advogados adversários chegaram a comentar, por e-mail, que “se a lei é uma profissão, você poderia fazer esse trabalho”. No entanto, especialistas alertam que IA pode apresentar informações falsas ou enganosas, o que pode colocar litígios sem advogado em risco.

A estratégia improvável: representar-se com IA

Os riscos reais: falácias, citações falsas e punições

Os perigos não são apenas teóricos. O caso de Jack Owoc, dono de uma empresa de bebidas energéticas, ilustra os riscos: ele foi sancionado em agosto por apresentar uma petição repleta de citações geradas pela IA e foi obrigado a cumprir dez horas de serviço comunitário. Em agosto, um advogado da Califórnia recebeu uma multa histórica de US$ 10 mil por submeter uma apelação gerada por IA, e 21 das 23 citações citadas foram fabricadas. A NBC também mostrou um caso de Nova York em que um advogado foi flagrado usando IA no tribunal e apresentou uma explicação gerada pela IA para justificar o erro — a decisão foi duramente criticada pelo juiz.

Os riscos reais: falácias, citações falsas e punições

A tendência cresce, mas com avisos

A NBC ouviu várias pessoas que se representaram com a ajuda de IA e obtiveram vitórias. Meagan Holmes, paralegal, disse que vê mais pessoas se representando em tribunais com IA do que em qualquer momento de sua carreira. Ainda assim, gigantes da tecnologia pedem cautela: o Google alerta que não se deve depender de IA para aconselhamento jurídico, e o xAI, de Elon Musk, alerta em seus termos de serviço que não se deve usar a IA para decisões automatizadas de alto risco que afetem direitos legais ou materiais.

A tendência cresce, mas com avisos

O futuro da justiça e a responsabilidade

Apesar do potencial de ampliar o acesso à justiça, o uso de IA exige salvaguardas claras e supervisão humana. Especialistas ouvidos pela NBC defendem que a IA deve ser usada como ferramenta de apoio, não como substituto de um advogado. O advogado Robert Freund resume o dilema: “O que não entendo é um advogado traindo as responsabilidades mais fundamentais com seus clientes… e apresentando argumentos baseados em fabricação total.” O caminho parece estar na combinação de IA com avaliação humana, ética rígida e diretrizes de uso responsável para que a IA beneficie a justiça sem comprometer a integridade do sistema.

O futuro da justiça e a responsabilidade