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Intestinos de rãs japonesas podem curar o câncer colorretal — ainda melhor que a quimioterapia, aponta estudo

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Um novo estudo do Japan Advanced Institute of Science and Technology (JAIST) revela que a bactéria Ewingella americana, encontrada nos intestinos de rãs japonesas, pode ser mais eficaz do que os tratamentos convencionais contra o câncer colorretal. O estudo, publicado na Gut Microbes, isolou, cultivou e administrou por via intravenosa cepas bacterianas com o objetivo de atacar tumores. Entre nove cepas identificadas no intestino de espécies japonesas, a Ewingella americana mostrou-se excepcionalmente eficaz. Em modelos de cancro colorretal em camundongos, uma única administração IV de E. americana eliminou tumores, atingindo uma taxa de resposta completa de 100%. Estas conclusões sugerem uma nova abordagem, que pode ultrapassar, em alguns cenários, terapias como imunoterapia e quimioterapia.

Intestinos de rãs japonesas podem curar o câncer colorretal — ainda melhor que a quimioterapia, aponta estudo

Nove cepas com efeito antitumoral identificadas; Ewingella americana no topo

Durante a triagem dos intestinos de rãs-arboríneas japonesas, salamandras-do ventre-de-fogo japonês e lagartos-do-relvado japonês, os pesquisadores identificaram e isolaram nove cepas bacterianas com efeitos antitumorais. Destas, a Ewingella americana foi considerada excepcionalmente eficaz.

Nove cepas com efeito antitumoral identificadas; Ewingella americana no topo

Resultados em modelos de camundongos e superioridade sobre tratamentos padrão

Utilizando modelos de câncer colorretal em camundongos, a equipa verificou que um único tratamento intravenoso com E. americana eliminou tumores, registando uma taxa de resposta completa (CR) de 100%. Estas estatísticas impressionantes superam amplamente as terapias oncológicas padrão, incluindo imunoterapia e quimioterapia.

Resultados em modelos de camundongos e superioridade sobre tratamentos padrão

Contexto epidemiológico e alterações nas diretrizes de rastreio

Cerca de 150000 americanos são diagnosticados anualmente com câncer colorretal, que ocorre quando células no cólon ou no reto crescem descontroladamente. Embora o câncer colorretal seja tradicionalmente ligado a idosos, os diagnósticos entre jovens têm aumentado nos últimos anos. Em 2019, 20% dos casos ocorreram em pessoas com menos de 55 anos, contra 11% em 1995. Em resposta ao aumento de casos entre jovens, o US Preventive Services Task Force atualizou as diretrizes de rastreio em 2021, reduzindo a idade para iniciar o rastreio de 50 para 45 anos para adultos de risco médio. Não poderia vir em melhor hora. Até 2030, prevê-se que o câncer colorretal de início precoce se torne a principal causa de mortalidade por câncer entre pessoas entre 20 e 49 anos, a menos que intervenções significativas ocorram.

Contexto epidemiológico e alterações nas diretrizes de rastreio

Como a Ewingella americana atua e o seu perfil de segurança

A eficácia da E. americana é dupla: a bactéria destrói diretamente as células cancerosas e estimula o sistema imunitário a induzir apoptose, sem provocar inflamação. Além disso, a E. americana acumula-se no tecido tumoral sem se disseminar para órgãos. Ao contrário dos efeitos colaterais da quimioterapia, que podem ser devastadores, a E. americana apresenta um perfil de segurança excelente, segundo os pesquisadores. Depois de 24 horas, as bactérias são indetectáveis no fluxo sanguíneo, e dentro de 72 horas as respostas inflamatórias normalizam. “Esta pesquisa demonstra que a biodiversidade inexplorada representa um tesouro para o desenvolvimento de novas tecnologias médicas e oferece novas opções terapêuticas para pacientes com cânceres refratários”, disseram os autores do estudo.

Como a Ewingella americana atua e o seu perfil de segurança

Próximos passos e aplicações futuras

As futuras pesquisas vão testar a eficácia da bactéria no tratamento de outros tipos de câncer, incluindo mama e pâncreas. Pesquisas subsequentes também vão centrar-se em desenvolver métodos mais seguros e eficazes de entrega da bactéria, incluindo fracionamento da dose e injeção direta nos tumores. Os autores esperam ainda verificar se a terapia com E. americana pode coexistir com tratamentos convencionais.

Próximos passos e aplicações futuras

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