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Ilha da utopia feminina: uma milionária proíbe homens e transforma sonho em fracasso financeiro em cinco anos

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No coração do Mar Báltico, uma ilha tornou-se símbolo de uma promessa radical: um refúgio dirigido apenas para mulheres, sem homens, com spa, ioga e liberdade total. A ideia nasceu quando Cristina Roth vendeu seu negócio de consultoria, que rendia cerca de 45 milhões de dólares por ano, para buscar um espaço de recuperação do peso social. Em 2018, a SuperShe Island abriu as portas, mas cinco anos depois foi vendida por apenas 1,21 milhão de dólares, encerrando a utopia. Quem buscou, na prática, uma semana que custava o equivalente à compra de um carro usado, descobriu que o sonho tinha limites de dinheiro e de inclusão.

Ilha da utopia feminina: uma milionária proíbe homens e transforma sonho em fracasso financeiro em cinco anos

A ideia nasce da crítica ao patriarcado: recuperar corpo, mente e autoestima

Cristina Roth administrava uma empresa de consultoria que gerava cerca de 45 milhões de dólares por ano. Ela observava mulheres sacrificando saúde e tranquilidade na busca por padrões de beleza e sucesso, usando sapatos desconfortáveis, trabalhando sem parar e se preocupando constantemente com as avaliações masculinas. Essa visão virou mote para uma ilha onde as mulheres pudessem se reconectar consigo mesmas, com a natureza e com a paz interior, sem a pressão de agradar ao olhar masculino. Para transformar o sonho em realidade, Roth vendeu o negócio e partiu em busca de um espaço. Em 2016, durante uma viagem pela Escandinávia, ela conheceu Bennie, o rapaz cuja família possuía a ilha que viria a ser SuperShe. O acordo foi fechado rapidamente, com uma regra curiosa: o homem que ajudou a encontrar a ilha jamais poderia pisar nela novamente — uma condição imposta pela nova condutora.

A ideia nasce da crítica ao patriarcado: recuperar corpo, mente e autoestima

Construção da ilha: infraestrutura verde, spa e cozinha comunitária

Comprar a ilha foi apenas o começo. O terreno de 3,4 hectares não possuía eletricidade nem água encanada, então a tarefa foi criar infraestrutura desde o zero. A equipe instalou redes de serviços, ergueu moradias com materiais ecológicos e criou um spa com sauna finlandesa, salas de massagem, espaços para yoga e atividades físicas. A cozinha foi centralizada e aberta, para que mulheres cozinhassem juntas, conversassem e compartilhassem experiências, diferente de cozinhar em casa. O lançamento ocorreu em 23 de junho de 2018: o primeiro resort do mundo a não aceitar homens.

Construção da ilha: infraestrutura verde, spa e cozinha comunitária

Abertura e reação: o nascimento de um clube para poucos

A recepção foi mista. Alguns aplaudiram a coragem; outros denunciaram discriminação. A CNN chamou o projeto de 'ilha criada pela rica mulher branca para mulheres como ela mesma'. Críticas de elitismo, racismo e violação de direitos de homens pairaram sobre a iniciativa, enquanto as autoridades examinavam o empreendimento e a mídia lançava ataques. Roth não desistiu: o objetivo era oferecer às mulheres a oportunidade de descansar da pressão patriarcal. A ilha rapidamente ganhou popularidade, mas não como um santuário democrático; tornou-se um espaço para quem podia pagar.

Abertura e reação: o nascimento de um clube para poucos

Declínio e venda: por que o sonho acabou?

Os preços elevados tornaram a experiência inacessível para a maioria. O ingresso variava entre 4.000 e 4.600 euros por semana, incluindo uma noite em Helsinki, transfer aquático, seis dias na ilha, atividades e refeições completas. A capacidade era de apenas oito visitantes simultâneos, e pouco mais de 120 pessoas recebiam atendimento por temporada. Em 2019, o acesso passou a depender de assinantes de um aplicativo pago SuperShe, essencialmente um 'clube dentro de um clube'. Em 2023, a ilha foi colocada à venda e comprada por 1,21 milhão de dólares por um empreendedor desconhecido, que não manteve a ideia original. As razões vão além de custos: o projeto, nascido para todas as mulheres, acabou virando uma atração para quem pode pagar. Ainda assim, muitas memórias persistem, e alguns sonham com uma retomada sob nova liderança, mais inclusiva. Este caso permanece como lembrete de que ideias nobres enfrentam a realidade do dinheiro e da desigualdade. Para acompanhar outras histórias, assine nosso canal.

Declínio e venda: por que o sonho acabou?