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IA encontra lesões cerebrais ocultas em crianças com epilepsia — 80% das RMIs são relatadas como normais, e isso pode acelerar cirurgias que salvam vidas

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Uma nova ferramenta de inteligência artificial pode detectar alterações minúsculas no cérebro de crianças com epilepsia, abrindo caminho para cirurgias que mudam vidas. A epilepsia tem várias causas e, em torno de 30% dos casos, decorre de alterações estruturais no cérebro; essas lesões pequenas costumam passar despercebidas pelo MRI, especialmente quando estão nas dobras do cérebro. Em estudo liderado pela neurologista pediátrica Emma Macdonald-Laurs, a IA foi treinada em imagens de cérebros infantis para localizar lesões do tamanho de um mirtilo ou menores. Ela não substitui radiologistas nem médicos de epilepsia, mas funciona como um detetive que junta as peças do quebra-cabeça com mais rapidez, permitindo oferecer cirurgias potencialmente salvadoras.

IA encontra lesões cerebrais ocultas em crianças com epilepsia — 80% das RMIs são relatadas como normais, e isso pode acelerar cirurgias que salvam vidas

Lesões estruturais invisíveis: por que a epilepsia infantil nem sempre aparece no MRI

Epilepsia tem várias causas, e cerca de 30% dos casos resultam de alterações estruturais no cérebro. Essas alterações tendem a ser pequenas e situadas em áreas de difícil visualização, o que as torna especialmente difíceis de detectar no MRI. Entre crianças com condições como dysplasia cortical e epilepsia focal, 80% já tinham tido uma RM normal, o que muitas vezes as excluía da cirurgia. Essa realidade mostra a necessidade de ferramentas que aumentem a sensibilidade diagnóstica e ampliem as possibilidades de tratamento.

Lesões estruturais invisíveis: por que a epilepsia infantil nem sempre aparece no MRI

Como funciona a detecção por IA e quais foram os resultados

A equipe treinou uma IA para ler imagens cerebrais de crianças e encontrar lesões do tamanho de um mirtilo ou menor. Quando a IA analisou imagens de MRI combinadas com PET, a taxa de detecção foi de 94% em um grupo de teste e 91% em outro. No primeiro grupo, 12 de 17 crianças foram operadas para remover as lesões, e 11 ficaram sem crises. A pesquisadora Emma Macdonald-Laurs afirmou que “o detector não substitui radiologistas ou médicos, mas é como um detetive que nos ajuda a montar o quebra-cabeça mais rapidamente, abrindo caminho para uma cirurgia potencialmente salvadora.”

Como funciona a detecção por IA e quais foram os resultados

Impacto prático, limites e contexto científico

Porém, o PET tem caveats: é caro, menos disponível que o MRI e envolve radiação semelhante à de CT ou raio-X. Outro estudo de fevereiro, da King’s College London, mostrou que IA aplicada a dados de MRI identificou 64% das lesões que passaram despercebidas pelos radiologistas. Este estudo australiano é uma prova de conceito promissora, com planos de testar o detector em cenários hospitalares reais com pacientes ainda não diagnosticados. Konrad Wagstyl, especialista em computação biomédica do KCL, disse que o trabalho é excitante e impressionante.

Impacto prático, limites e contexto científico

O que isso significa para o futuro da epilepsia infantil

A epilepsia afeta cerca de 1 em cada 200 crianças, e aproximadamente um terço dos casos é resistente aos medicamentos. Se validada em uso clínico, a IA pode acelerar decisões cirúrgicas que reduzem ou eliminam as crises, melhorando a qualidade de vida. O caminho adiante envolve ampliar o acesso à detecção por PET, validação adicional em hospitais e avaliações de custo-benefício. Este trabalho é uma promessa significativa de transformar o acesso a cirurgias que podem mudar vidas.

O que isso significa para o futuro da epilepsia infantil