Espelhos gigantes no espaço vão transformar a noite em dia — e o preço pode ser alto
Uma empresa norte-americana, Reflect Orbital, planeja lançar na órbita da Terra o primeiro espelho capaz de tornar o céu noturno tão claro quanto o dia. A unidade inaugural mede 18 x 18 metros e, segundo os planos, terá brilho superior ao da Lua Cheia. A primeira leva de espelhos pode chegar ainda neste ano, e, até o fim da década, a empresa pretende ter quase quatro mil dispositivos em operação. O objetivo, segundo a empresa, é comercial: direcionar a luz solar para locais específicos sob encomenda — ruas, minas ou lavouras — conforme a demanda do cliente, sem necessidade de justificar o uso da iluminação.
             
        
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Como funciona: um espelho de 18x18 metros que pode iluminar cidades
Cada espelho de 18 x 18 metros pode produzir um brilho que supera a luminosidade da Lua Cheia. A Reflect Orbital afirma tratar-se de um produto comercial; o cliente pode solicitar o redirecionamento da luz solar para alvos específicos — por exemplo, iluminar ruas urbanas, áreas de mineração ou lavouras. A primeira leva de espelhos pode chegar em breve, e, até o fim da década, quase quatro mil dispositivos estarão operando.
                 
            
Impactos ambientais: poluição luminosa e distúrbios naturais
Especialistas alertam que o aumento da iluminação refletida não pode ser ignorado. O crescimento da poluição luminosa global pode prejudicar a fauna e a flora, já que muitos animais e plantas dependem de ciclos naturais de dia e noite para se orientar e reproduzir.
                 
            
Riscos à saúde humana
Mesmo que a luz seja descrita como suave, há chances de perturbar os ritmos circadianos, o que pode afetar o bem-estar geral da população. Os efeitos são especialmente relevantes em regiões de altas latitudes, onde o inverno já traz longos períodos de escuridão.
                 
            
Regulação ausente e dúvidas técnicas
Não existem normas específicas que regulem esse tipo de tecnologia, o que permite que o projeto avance sob a legislação existente. Isso significa que o destino da ideia depende de interesses privados, não de proteção ambiental. Alexander Zheleznyakov, acadêmico da Academia Russa de Cosmonáutica, aponta dificuldades técnicas: manter muitos espelhos funcionando é uma tarefa complexa, com riscos de falhas e de instabilidade do sistema. Mesmo com uma implementação bem-sucedida, restam perguntas sobre impactos ecológicos e à saúde a longo prazo.
                 
            
