Em 24 horas, de gripe à paralisia: a história de um menino de 6 anos que quase perdeu a vida
Foi em abril, quando Witten Daniel, de 6 anos, foi hospitalizado com tontura e dor de cabeça. Os médicos acharam que era gripe. Menos de 24 horas depois, ele não conseguia mais andar, nem falar, nem respirar por conta própria e perdeu a consciência. Ver o filho naquela condição foi um pesadelo para Casey Daniel: “Não há palavras para descrever o quão aterrorizante é ver seu filho nessas condições.” Os médicos apressaram-se para intubá-lo e realizar exames enquanto tentavam descobrir a causa, em meio ao medo de que fosse algo irreversível.
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Diagnóstico errado, crise de vida: a escalada da condição
Os médicos informaram que não era gripe. Em poucos momentos, eles descobriram um conjunto raro e potencialmente fatal de vasos sanguíneos vazando no tronco encefálico, conhecido como malformação cavernosa. A condição piorou rapidamente: convulsões e derrames atingiram Witten, e os médicos avisaram que, se sobrevivesse, provavelmente nunca mais voltaria a andar e necessitaria de ventilação e de uma sonda de alimentação pelo resto da vida. Casey ficou em choque; duas semanas antes, Witten havia sido eleito o MVP do time da Liga Infantil. Logo após, ele foi transferido para um hospital com capacidade de tratar esse tipo de condição.
A salvação veio pela internet: o encontro com o Dr. Morcos
Desesperada, Casey recorreu ao Google e encontrou um artigo do neurocirurgião Dr. Jacques Morcos, da UTHealth Houston, especializado naquele tipo de condição. Ela enviou um e-mail pedindo ajuda. Morcos respondeu insistindo que Witten fosse levado com urgência para a instituição dele, onde médicos confirmaram a presença da malformação cavernosa. Acredita-se que aproximadamente 1 em 500 pessoas tenha ao menos um desses agrupamentos perigosos no cérebro ou na medula espinhal; na maioria dos casos não há causa clara, e 20% são genéticos, podendo evoluir com várias malformações ao longo da vida.
Cirurgia de alto risco e recuperação milagrosa
Ao chegar ao novo hospital, Witten foi submetido a uma cirurgia de emergência de quatro horas, realizada por Morcos e pelo neurocirurgião pediátrico Manish Shah. A intervenção foi bem-sucedida. Em poucas horas, ele acordou, voltou a respirar por conta própria e a falar. Seis semanas depois, ele já estava em casa, em Lubbock, para comemorar o sétimo aniversário. Witten disse à KCBD: “Quero agradecer aos Dr. Morcos e Dr. Shah por me deixarem ver meus amigos de novo”, descrevendo a recuperação como “bonita”.
De volta à vida: escola, beisebol e esperança
Neste outono, Witten iniciou o segundo ano. Ele já recebeu autorização para voltar ao beisebol. “Na verdade, dissemos a ele que a única condição para jogar bola era nos enviar fotos”, comentou Shah. A história mostra como a busca por informação certa, no momento certo, pode salvar vidas — e como a medicina de ponta, aliada à coragem de uma família, pode reescrever o destino.