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Descoberta revolucionária: cachalotes falam com uma linguagem que lembra o humano

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Pesquisadores do Projeto CETI descobriram que as baleias-cachalote 'conversam' entre si com padrões de clique estranhos, parecidos com código Morse. As mamíferas utilizavam sequências de clique conhecidas como codas, que incluem dois tipos distintos de vogais — uma coda parecida com 'ah' e outra parecida com 'ee'. As vogais não eram aleatórias; as baleias demonstraram controlar ativamente o tom, a duração e o tipo de sons que produziam ao 'pronunciar' palavras diferentes.

Descoberta revolucionária: cachalotes falam com uma linguagem que lembra o humano

Codas A e I: vogais que revelam uma gramática subaquática

Gravaram quase 4.000 codas claras de um grupo de fêmeas e seus filhotes entre 2014 e 2018, concentrando-se apenas na baleia que usava a tag. Os pesquisadores prenderam 15 DTAGs a 15 baleias-cachalote que nadavam no Caribe para gravar seus cliques de perto, sem distorção. À primeira vista, os cliques pareciam lentos demais para comparar com a fala humana, então a equipe acelerou as gravações até que os padrões ficassem claros e familiares. Eles entenderam que os cliques aparecem em dois tipos principais de vogais, A e I, assim como os humanos usam as vogais A, E, I, O e U. As baleias-cachalote costumavam usar essa linguagem secreta durante momentos sociais, como cumprimentar membros da família, manter contato durante mergulhos à caça de alimento ou coordenar movimentos do grupo pelo oceano. O estudo, publicado no bioRxiv e aguardando revisão por pares, também revelou que a temporização é tudo quando se trata de comunicação entre baleias. O número de cliques, as pausas entre eles e a velocidade geral criavam diferentes tipos de ritmo que funcionavam quase como batidas musicais. A equipa CETI descobriu que as codas 'ah' são naturalmente mais longas que as codas 'ee' no mesmo ritmo, e que as codas 'ee' se dividem em versões curtas e longas, como usar o comprimento para significar algo diferente. A IA tem ajudado os pesquisadores a descobrir que as baleias-cachalote têm uma linguagem complexa de vogais e regras gramaticais, assim como os humanos. Ao medir cada pausa e cada mudança de entonação, os cientistas provaram que as baleias controlam o timing e a qualidade do som de propósito, não por acaso, mostrando regras reais de comunicação.

Codas A e I: vogais que revelam uma gramática subaquática

Contexto mais amplo: sinais de inteligência entre baleias e novas perguntas

Este conjunto de achados não vem apenas da CETI. Em junho, pesquisadores do SETI Institute revelaram que grandes bolhas em forma de anéis de fumaça, criadas debaixo d'água, foram produzidas por baleias-jubarte, e que isso pode ser uma forma de cumprimentar pessoas próximas. Além disso, as canções das baleias têm sido estudadas por décadas, e em 2024 os cientistas entenderam que os mamíferos possuem uma caixa vocal única que vibra gordura e músculo para produzir esses tons. Normalmente cantar debaixo d'água seria quase impossível, pois as baleias deveriam usar todo o ar; no entanto, um estudo na revista Nature concluiu que as baleias evoluíram para ter uma caixa vocal diferente da de muitos outros mamíferos e que não depende das cordas vocais.

Contexto mais amplo: sinais de inteligência entre baleias e novas perguntas

O que tudo isso nos diz sobre a linguagem subaquática

Essa linha de pesquisa reforça que as baleias não apenas usam sons com vogais e regras semelhantes às humanas, mas também revelam um nível de controle sobre o timing e a qualidade do som que sugere uma forma de gramática subaquática. A pesquisa também coloca em foco que a voz submersa das baleias depende de fontes de som e filtros biológicos complexos — muito parecido com a maneira como os humanos utilizam cordas vocais e trato vocal para produzir fala. Além disso, essas descobertas alimentam debates sobre a capacidade de comunicação entre espécies e abrem portas para futuras traduções e interpretações de vocalizações marinhas.

O que tudo isso nos diz sobre a linguagem subaquática

O futuro da tradução: a IA pode um dia traduzir chamadas de baleias?

A pergunta central é se a IA um dia conseguirá traduzir completamente as chamadas das baleias. Este debate já está a ganhar força: enquanto a CETI explora regras de comunicação e codificação, cientistas de outras áreas discutem como traduzir vozes submersas para a compreensão humana. O caminho é cheio de desafios técnicos e éticos, mas o estudo em curso aponta para o potencial de transformar a nossa relação com o oceano e com as espécies que lá habitam.

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