Conheça os homens que reduzem a mama masculina e por que esta cirurgia é a mais procurada entre os homens nos EUA
Este é o retrato de uma condição que um dia foi motivo de vergonha, hoje impulsiona homens a buscar cirurgias de redução de mama. A ginecomastia afeta muitos homens e ganha visibilidade nas redes sociais e nos consultórios. Segundo a American Society of Plastic Surgeons, foram realizadas 26 430 reduções de mama masculina em 2024, frente a 20 955 em 2019.
In This Article:
- A ginecomastia afeta pelo menos metade dos homens em algum momento da vida
- Brian Gonzalez: da insegurança ao alívio
- A ascensão da ginecomastia: números e causas que explicam o boom
- Kelbin Ramirez: da puberdade à cirurgia e o peso das escolhas
- Como funciona a cirurgia de ginecomastia e o que esperar
- DeShawn Pennix: da obesidade à cirurgia e o custo final
- Conclusão: o corpo é seu e as escolhas também
A ginecomastia afeta pelo menos metade dos homens em algum momento da vida
É uma condição em que cresce o tecido mamário masculino. Estima-se que afete pelo menos metade de todos os homens em algum momento da vida — embora, em muitos casos, ocorra durante a puberdade e se resolva por conta própria. “Desde 2020, eu definitivamente vi um aumento acentuado no número de homens que procuram consultas e avançam com a cirurgia de ginecomastia,” afirmou a Dra. Claudia Kim, diretora médica e principal cirurgiã estética da New Look New Life em Manhattan, ao The Post. A cirurgia é hoje a mais popular entre os homens nos EUA, segundo a American Society of Plastic Surgeons. O grupo informou que seus médicos realizaram 26 430 reduções de mama masculina em 2024, frente a 20 955 em 2019.
Brian Gonzalez: da insegurança ao alívio
Brian Lewis Gonzalez passou a maior parte da vida tentando não ser visto. Cresceu no Brooklyn, mantendo-se na dele e se vestindo em camadas para disfarçar o excesso de tecido mamário que o tornava alvo de provocações na escola. “Eu me lembro de verões em que usava duas camisas apenas para me sentir confortável o suficiente para sair, mesmo que fizesse cerca de 37,8 °C,” disse Gonzalez, que hoje tem 44 anos, ao The Post. Em seus 20 e poucos anos, um término devastador o levou a ganhar peso, chegando a aproximadamente 136 kg, o que intensificou ainda mais sua insegurança. Gonzalez, um porteiro em uma empresa residencial, sonhava há muito tempo com uma solução permanente: uma redução de mama masculina. Em 2021, ele finalmente fez acontecer, pegando empréstimos e pagando US$10 000 para remover cirurgicamente o excesso de gordura, tecido glandular e pele causados pela condição. “Isso mudou a minha vida,” ele disse. “Tive que me acostumar a andar com o peito para fora e ter confiança. Antes, parecia que eu carregava um grande saco de pedras — era assim que minha ginecomastia era para mim.”
A ascensão da ginecomastia: números e causas que explicam o boom
Desde 2020, tenho visto um grande aumento no número de homens que procuram consultas e seguem com a cirurgia de ginecomastia, disse a Dra. Claudia Kim. A ginecomastia é causada por uma mistura de fatores: desequilíbrios hormonais que estimulam o tecido glandular a se formar, uso de certos medicamentos, drogas como maconha e álcool, obesidade e outras condições médicas. “The pain that is worth experiencing” é uma ideia que Kim atribui ao aumento de abertura nas redes sociais, onde homens falam cada vez mais sobre suas lutas com a ginecomastia — e compartilham as soluções.
Kelbin Ramirez: da puberdade à cirurgia e o peso das escolhas
O radialista de 32 anos descobriu que tinha excesso de tecido mamário por volta da puberdade, uma fase comum em que meninos desenvolvem ginecomastia devido a flutuações hormonais. “Pode haver um desequilíbrio nos níveis hormonais onde, na verdade, ele estimula o peito masculino a formar mais tecido glandular,” explicou Kim. “Essa é a causa mais comum.” A condição também pode ser desencadeada por certos medicamentos, por drogas como maconha e álcool, obesidade e outras condições médicas. À medida que surgiam os “man boobs”, Ramirez também lutava com sua sexualidade, uma época complexa que afetou sua autoestima. No shopping, ele lembrava: “Eu entrava no provador e ficava tão emocional e frustrado porque não importava o que eu vestia, ainda assim eles eram sempre proeminentes.” Crescendo no sul da Flórida, ele evitava tirar a camisa na praia ou em festas na piscina, mantendo o casaco até mesmo no verão para esconder o peito. Chegou a considerar opções cirúrgicas no ensino médio, mas o preço alto — muitas vezes não coberto pelo seguro — o deixou inseguro até a vida adulta. “Eu tentei abraçar o movimento de body positivity,” ele disse. “Tentei usar roupas que realmente gostava… mas no fim do dia, por baixo das roupas, eles estavam sempre lá. E eu sempre senti isso.” “Eu honestly não me lembro o que é ter um peito com apresentação masculina.” Apesar de demonstrar coragem no ar, Ramirez era uma pessoa retraída no dia a dia, evitando estranhos e lutando para encontrar uma comunidade depois de se mudar para Charlotte, Carolina do Norte. Só aos 30 anos ele conseguiu pagar a cirurgia do próprio bolso. Os médicos abordam a operação com base no tipo e na gravidade da condição. Se é principalmente causada por acúmulo de gordura, muitas vezes chamada de pseudo-ginecomastia, normalmente utilizam lipoaspiração. Mas se envolve um crescimento de tecido glandular firme sob o mamilo — como costuma ocorrer — os médicos geralmente precisam fazer um corte, geralmente ao redor da areola, para remover o massa. Kim disse que muitos homens têm tecido glandular e gorduroso, o que significa que tanto lipoaspiração quanto excisão são necessários. Ramirez acordou grogue da excisão. Tubos de drenagem brotaram de seu peito, onde ficaram por cerca de uma semana para coletar e remover o excesso de fluido. “Alcançar as coisas era desconfortável, mas não era insuportável,” disse. Ele voltou ao trabalho depois de cerca de oito dias de descanso. O impacto foi quase imediato. Agora à vontade na academia, Ramirez começou a fazer exercícios e a aprender sobre condicionamento físico, transformando sua saúde física e mental. “Eu nunca pus muito a minha confiança para entender o que é ter um peito com apresentação masculina até este ano, após a cirurgia,” disse. “Agora eu visto o que eu quero. Não fico mais chorando nos provadores. Eu me aproximo das pessoas e me apresento. Isso mudou tudo.”
Como funciona a cirurgia de ginecomastia e o que esperar
Durante a operação, os médicos avaliam o tipo e a gravidade da condição. Se for principalmente causada por excesso de gordura, chamada comumente de pseudo-ginecomastia, geralmente é usada a lipoaspiração. Mas se envolve um crescimento de tecido glandular firme sob o mamilo — como é o caso na maioria das situações —, os médicos normalmente precisam fazer um corte, geralmente ao redor da aréola, para remover a massa. Kim disse que muitos homens possuem tecido glandular e gorduroso, o que significa que é necessária tanto a lipoaspiração quanto a excisão. Ramirez acordou grogue da excisão. Tubos de drenagem brotaram de seu peito, onde ficaram por uma semana para coletar o excesso de fluido. “Alcançar as coisas era desconfortável, mas nada era insuportável,” disse. Ele voltou ao trabalho após cerca de oito dias de repouso. O impacto foi quase imediato. Agora confortável na academia, Ramirez começou a treinar e a aprender sobre condicionamento físico, transformando sua saúde física e mental. “Eu nunca realmente entendi a confiança até este ano, após a cirurgia,” disse. “Agora eu visto o que eu quero. Eu não fico chorando nos provadores. Tudo mudou.”
DeShawn Pennix: da obesidade à cirurgia e o custo final
“I honestly can’t remember what it’s like to have a masculine-presenting chest,” disse deShawn Pennix, 33, assistente social da região de DC. Ele perdeu mais de 54 kg por meio de mudanças de estilo de vida e de um medicamento GLP-1. E ainda assim, a ginecomastia permaneceu. No mês passado, apesar de atrasos iniciais causados pela vergonha e estigma, Pennix optou pela cirurgia como o próximo passo em sua transformação física. O procedimento abrangente — que envolveu lipoaspiração, remoção de pele e excisão — custou-lhe US$ 10 208 do próprio bolso. “Valeu completamente a pena,” disse Pennix, observando que o nível de dor tem sido suportável. “Estou satisfeito com o que vejo agora, ainda tenho um longo caminho a percorrer na recuperação.”
Conclusão: o corpo é seu e as escolhas também
Após as cirurgias, Gonzalez, Ramirez e Pennix compartilharam um sentimento comum: o corpo é dele e, se for preciso, ele pode mudar para se sentir bem — desde que seja pela razão certa. “Não tenha medo de ser você mesmo, não importa quais imperfeições você tenha,” disse Gonzalez. “Se você fizer a cirurgia, faça por você,” ele acrescentou. “No fim das contas, tudo se resume a como você se sente consigo mesmo.”
