Câncer de mama volta: 685 mil mortes por ano e quase 30% de recidivas — pode haver uma saída real
Quase 30% dos tratamentos bem-sucedidos para câncer de mama são seguidos pela recidiva do tumor, ceifando cerca de 685 mil vidas globalmente a cada ano. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia apontam uma estratégia para reduzir significativamente essas recorrências: mirar as células tumorais adormecidas (DTCs) que ficam no osso e em outras partes do corpo. Ao contrário do monitoramento passivo, essa abordagem usa fármacos para atacar as causas-raiz da recaída, antes que o câncer retorne.
In This Article:
- O problema que a pesquisa tenta resolver: por que o câncer retorna e o que são as células tumorais adormecidas (DTCs)
- Resultados promissores em humanos: a combinação que ataca as células adormecidas
- Resultados promissores em humanos: a combinação que ataca as células adormecidas
- Como funciona: a biologia única das células adormecidas
- Próximos passos e o que isso significa para o futuro
O problema que a pesquisa tenta resolver: por que o câncer retorna e o que são as células tumorais adormecidas (DTCs)
Atualmente, pacientes que concluíram o tratamento são monitorados para detectar sinais de recidiva. Esse monitoramento, porém, não impede a volta do câncer – ele atua de forma reativa. As células tumorais adormecidas (DTCs) podem permanecer no osso e em outras áreas por anos, sem se multiplicarem, até que reativem o crescimento. A ideia é usar fármacos para atacar a raiz da recaída, tentando impedir que as DTCs acordem e formem uma recorrência. "No momento, não sabemos quando, ou se o câncer de alguém voltará — esse é o problema que nos propusemos resolver."
Resultados promissores em humanos: a combinação que ataca as células adormecidas
O estudo avaliou 51 pessoas que já haviam sido tratadas para câncer de mama e foram confirmadas com DTCs.
Resultados promissores em humanos: a combinação que ataca as células adormecidas
Individualmente, cada droga eliminou até 80% das DTCs; em combinação, eliminaram 87%. No grupo que tomou as duas drogas, todos permaneceram sem câncer após três anos. Para quem tomou apenas uma das drogas, a taxa de sobrevivência livre de câncer ficou entre 92% e 93%. Resultados também apareceram em modelos de camundongos, o que ajudou a entender os mecanismos de ação.
Como funciona: a biologia única das células adormecidas
Os resultados sugerem que fármacos que não funcionam contra tumores ativos podem ser muito eficazes contra as células adormecidas. “Surpreendentemente, certos fármacos que não funcionam contra tumores ativos podem ser muito eficazes contra essas células adormecidas.”
Próximos passos e o que isso significa para o futuro
Nem todos os sobreviventes possuem DTCs; para quem tem, os sinais são promissores, mas ainda é cedo para reagir com mudanças no tratamento clínico. Os próximos passos incluem ensaios com mais participantes e testes de diferentes combinações e doses. Atualmente, o câncer de mama que recorre é praticamente impossível de eliminar completamente, o que contribui para grande parte das mortes. "O medo de o câncer retornar é algo que paira sobre muitas sobreviventes do câncer de mama após o fim do tratamento." O estudo foi publicado na Nature Medicine.