As últimas horas de Jesus, reveladas: estudo de manchas no Sudário de Turim afirma que a coroa de espinhos era um anel, não um capacete
Um estudo forense recente usa análises de padrões de sangue no Sudário de Turim para tentar reconstruir a aparência da coroa de espinhos que, segundo a tradição, teria sido posta na cabeça de Jesus pouco antes da morte. Os pesquisadores afirmam que a coroa era um aro que concentrou feridas na linha do cabelo, nas têmporas e na nuca, e não uma cobertura que cercasse todo o crânio.
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A forma da coroa de espinhos: circlet simples versus capacete de espinhos
Ao longo da história, estudiosos disputam a forma exata da coroa. Enquanto alguns defendem uma coroa simples, em formato de aro, outros sustentam a hipótese de um capacete de espinhos que cobria o couro cabeludo inteiro. O debate remonta à Idade Média e persiste na pesquisa moderna.
Grasso favorece o circlet: evidência de uma coroa em anel
O pesquisador Otangelo Grasso propõe que o modelo mais provável é um circlet, um aro circular. Ele examinou a distribuição de manchas de sangue no Sudário, os espaços geométricos na tela e a engenharia de cada configuração de coroa. Segundo Grasso, a ausência de sangue exatamente no topo da cabeça sugere que não houve um capacete. Ele também aponta que o sangue pode ter sido reativado após a morte pela capilaridade do cabelo, o que explica transferências durante o enterro. Em reconstruções experimentais, um aro com espinhos voltados para dentro produziu manchas de perímetro ricas, padrões de perfuração por espinho único e poucos ferimentos acima da linha do aro.
Evidências históricas e textuais: sinais de um aro, não de um capacete
Grasso também cita evidências históricas: termos gregos στέφανος (stephanos) e πλέκω (pleko) significam ‘coroa trançada’ em vez de um capacete. O Sudário de Oviedo, medindo 33 × 20 polegadas, contém manchas de sangue compatíveis com a cabeça de um homem crucificado, e análises geométricas indicam compatibilidade com um aro. As manchas em ambos os artefatos parecem refletir uma faixa estreita de feridas, consistente com uma coroa em anel.
Conclusão cautelosa e implicações para a arte
Mesmo com modelagem avançada, o tema permanece cauteloso: uma construção em capacete continua possível sob condições muito específicas, como coagulação precoce no vértice ou sangue totalmente contido nos pelos. No conjunto, a hipótese do circlet recebe suporte moderado a forte, e pode influenciar a forma como artistas retratam a Paixão. A investigação também produziu um efeito de 'halo suspenso' ao posicionar o aro no manequim, lembrando relatos de soldados forçando a coroa sobre a cabeça. A pesquisa não resolve o enigma, mas oferece um quadro científico para entender artefatos da crucificação e como eles são retratados na iconografia.