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A Cor Mais Rara da Natureza Não é Azul, é Violeta

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Azul é uma visão relativamente rara nos seres vivos. O verde cobre grande parte do mundo, o amarelo e o laranja aparecem com frequência em plantas e animais, enquanto o vermelho e o rosa também encontram seu momento de brilhar. Enquanto isso, o azul fica confinado a apenas uma mísera seleção de flores, ao ocasional pássaro excêntrico e a alguns sapos estranhos. No entanto, existe outra cor ainda mais rara no mundo natural: o violeta — e vamos explicar por que ele é tão escasso bem aqui.

A Cor Mais Rara da Natureza Não é Azul, é Violeta

A física das cores: comprimentos de onda definem a raridade

A raridade das cores deve-se à física e à evolução. As cores surgem da reflexão de comprimentos de onda específicos no espectro eletromagnético. Comprimentos de onda mais curtos, como o azul, carregam energia mais alta, enquanto comprimentos de onda mais longos, como o vermelho, possuem energia mais baixa. O verde fica aproximadamente no meio desse espectro visível, por isso é um comprimento de onda excelente para aproveitarmos. É a cor mais comum na natureza por causa da fotossíntese, a base fundamental de (quase) toda a vida na Terra que converte a energia luminosa do sol em energia química. As plantas conseguem isso com a ajuda de um pigmento chamado clorofila, que reflete a luz verde, ao passo que absorve principalmente a luz vermelha e alguma luz azul. Receber esses comprimentos de onda vermelhos e azuis é uma forma estável e eficiente de excitar os elétrons na clorofila, permitindo à planta converter a energia luminosa em energia química. Os comprimentos de onda associados ao verde, por outro lado, são principalmente refletidos em vez de absorvidos, o que explica por que as folhas aparecem verdes. A raridade de outras cores na natureza frequentemente resulta de um equilíbrio semelhante: os pigmentos devem não apenas ser bioquimicamente viáveis, mas também servir a um propósito evolutivo, seja para fotossíntese, camuflagem ou sinalização.

A física das cores: comprimentos de onda definem a raridade

Por que o azul é tão raro na natureza

O comprimento de onda curto e a alta frequência da luz azul significam que é energética, então a maioria dos pigmentos a absorve em vez de refletir. É como um feixe de energia intensa que é biquimicamente oneroso de refletir — é muito mais fácil absorver o golpe. Isto não quer dizer que a vida não tenha encontrado uma forma de explorar as cores azuis; se houver um nicho para preencher, algo o fará. Pense apenas em aves tropicais, cerca de 10 por cento das plantas e aqueles belos besouros. No entanto, esses organismos não utilizam necessariamente pigmentos verdadeiros para parecerem azuis. Em vez disso, muitos dependem de estruturas físicas microscópicas que dispersam a luz para produzir a percepção de azul, um fenómeno conhecido como coloração estrutural. Mais uma vez, isto é um processo dispendioso, difícil de dominar, por isso apenas alguns seres vivos são suficientemente impulsionados para brincar com ele.

Por que o azul é tão raro na natureza

O violeta: a cor ainda mais rara

O violeta tem uma frequência ainda mais alta e um comprimento de onda ainda mais curto do que o azul, colocando-o no extremo energeticamente voraz do espectro da luz visível. Pode-se imaginá-lo como uma versão extrema do azul (não confundir com roxo, que é uma mistura de azul e vermelho). Todos os fatores que tornam o azul raro — como a sua alta frequência — são ainda mais acentuados no violeta, o que explica por que ele é quase inexistente em organismos vivos. Produzir violeta através de pigmentos é ainda mais energeticamente exigente; além disso, a coloração estrutural torna-se complicada, pois requer estruturas microscópicas tão densas e precisas que poucos organismos conseguem gerenciá-las. A escassez de certas cores é refletida (por assim dizer) na forma como os humanos tratam a pigmentação em suas culturas. Nos dias anteriores aos laboratórios e aos corantes químicos, azuis e púrpuras eram reservados para grandes líderes, elites espirituais e outras pessoas poderosas nas sociedades. Mesmo com o know-how tecnológico de hoje, produzir estas cores é uma coisa difícil de dominar.

O violeta: a cor ainda mais rara

Cores, cultura e a nossa fascinação pela raridade

Essa é a história de como a natureza nos entrega cores que parecem simples, mas que são tecnicamente complexas. A raridade relativa de cores como o azul e o violeta revela uma dança entre física e evolução, e também explica por que, em muitas culturas, certos tons foram tratados como sinais de poder e prestígio. Mesmo hoje, produzir cores tão especiais continua a exigir ciência, tecnologia e engenho — e, ainda assim, a natureza continua a iluminar o mundo com tons que parecem quase impossíveis.

Cores, cultura e a nossa fascinação pela raridade